Plataformas devem tirar R$ 91 bi de bancos até 2025
Omundo dos investimentos no Brasil mudou e essa indústria está mexendo rapidamente suas peças para ficar mais bem posicionada na disputa pelo mercado em crescimento. Estudo conduzido pelo banco Morgan Stanley estima que a receita das plataformas de investimentos, que foi de R$ 75 bilhões no ano passado, chegará a R$ 160 bilhões, em 2025. Motivo: com juros no menor nível da história, os brasileiros estão tendo de buscar retorno em outras modalidades de aplicação. Isso tem levado à expansão das corretoras e plataformas, mesmo que atualmente 91% dos ativos sob gestão no País estejam nas mãos dos grandes bancos. Segundo o Morgan Stanley, R$ 91 bilhões em recursos devem sair dos bancos e migrar às plataformas nos próximos cinco anos.
Nova ordem. O mercado de ações passará a responder por 25% dos ativos sob custódia, ante os 12% atuais. Já as plataformas online deverão responder por 30% a 40% das negociações feitas em 2025, contra as 9% atualmente.
Bombando. Há hoje cerca de dez plataformas de investimento no mercado brasileiro, com aproximadamente R$ 500 bilhões sob gestão, em 6 milhões de contas. Maior do País, a XP Investimentos tem pouco mais de 2 milhões de clientes. Depois dela, as plataformas independentes mais bem posicionadas para ganhar mercado, ainda de acordo com a pesquisa do Morgan Stanley, são BTG Pactual, Easynvest e ModalMais. No caso da XP, a participação de mercado de 6% pode chegar em 20% em 2025.
Espaço. A Cielo, de Bradesco e Banco do Brasil, avança na estratégia de que as maquininhas, definitivamente, estão com os dias contados. A companhia acaba de receber autorização do Banco Central para ser uma emissora de moeda eletrônica. O que isso significa? Mais autonomia. Com o aval do regulador, a Cielo pode ampliar seu leque de serviços como, por exemplo, emitir cartões pré-pagos. Hoje, depende da Cateno, da qual é sócia com o BB.
Quase um banco. O passo é especialmente importante para seu banco digital, o Cielo Pay. Atualmente, a plataforma tem mais de 100 mil clientes entre usuários e contas digitais. Agora, poderão, receber recursos por meio de TEDs e DOCs.
Dureza. O número de pessoas com contas atrasadas por desemprego não para de crescer. Levantamento da gestora de informações Deep Center mostra que a inadimplência, por conta do desemprego, está 12 vezes maior na pandemia. Entre aqueles que não honraram os vencimentos, a alegação de desemprego cresceu 1.123%. Menos de 20% apontaram “descontrole financeiro”.
Agora não. Com a pandemia, 43% das empresas congelaram vagas, conforme pesquisa da consultoria de recursos humanos Robert Half. Já 26% preencheram cargos vagos e 14% abriram novas posições. O restante (17%) reduziu o quadro de funcionários. O levantamento foi feito com 353 executivos, sendo 90% com influência direta no recrutamento.
Tá certo. O Tribunal de Contas da União (TCU) considerou acertada a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de não reconhecer previamente o direito das distribuidoras ao reequilíbrio econômico dos contratos, em razão da pandemia. Em relatório de acompanhamento do setor, o TCU disse que as concessionárias têm apenas “direito subjetivo de solicitarem esse reequilíbrio e de terem seu pedido analisado pela agência”.
Em casa. Uma das principais investidoras em geração distribuída no Brasil, a Órigo Energia está lançando um serviço de assinatura de energia solar para clientes residenciais em Minas Gerais. O modelo, até então oferecido apenas a consumidores industriais e comerciais, promete economia de 10% a 15% na conta de luz. A vantagem do produto é que o usuário não precisa investir no próprio sistema fotovoltaico.
Empoderamento. Para aderir ao produto, o cliente informa o consumo mensal de energia à geradora, que estima a cota que o consumidor terá direito, em uma de suas fazendas solares. A usina passa então a abater 100% da conta de luz, mediante o pagamento à Órigo de um valor fixo mensal pelo aluguel da cota.
Expansão. Com R$ 200 milhões investidos em 10 fazendas solares e planos de duplicar a operação, a Órigo espera fechar o ano com 5 mil clientes residenciais. Desde a pré-venda, em abril, 700 consumidores aderiram ao serviço. A estratégia considera ir a outros Estados, mas a decisão depende de estabilidade econômica e regras de geração distribuída.