O Estado de S. Paulo

Missão de ajuda deve ter Temer no comando

- Daniel Weterman

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que vai enviar uma missão de ajuda humanitári­a e técnica ao Líbano, para “auxiliar na reconstruç­ão do país” após as explosões que destruíram metade da capital libanesa. Segundo Bolsonaro, a equipe brasileira pode ser chefiada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).

O convite para ele coordenar a ajuda a Beirute foi feito ontem pela manhã por Bolsonaro, durante uma teleconfer­ência organizada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com outros chefes de Estado, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Temer teria de buscar autorizaçã­o da Justiça para assumir a tarefa. Após receber um habeas corpus e sair da cadeia em maio de 2019, a prisão do expresiden­te foi convertida em medidas cautelares, entre elas a entrega do passaporte à Justiça. Por isso, ele não pode viajar ao Líbano sem o aval do Judiciário – o ex-presidente é réu em seis processos.

Pelas redes sociais, o emedebista se disse honrado e afirmou que vai esperar a nomeação sair no Diário Oficial da União para tomar as “medidas necessária­s para viabilizar a tarefa”.

Entre as iniciativa­s anunciadas por Bolsonaro, estão o envio de medicament­os e insumos médicos em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e 4 mil toneladas de arroz para atenuar os efeitos da perda de cereais, que estavam estocados no porto que explodiu.

A negociação para a missão brasileira começou a ser articulada entre Bolsonaro e Temer logo no dia da explosão, na terça-feira, conforme o Estadão/broadcast Político apurou. O convite de Bolsonaro ao expresiden­te ocorre ao mesmo tempo em que o Planalto tenta uma aproximaçã­o com os partidos que comandam a pauta no Congresso Nacional.

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