Missão de ajuda deve ter Temer no comando
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que vai enviar uma missão de ajuda humanitária e técnica ao Líbano, para “auxiliar na reconstrução do país” após as explosões que destruíram metade da capital libanesa. Segundo Bolsonaro, a equipe brasileira pode ser chefiada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
O convite para ele coordenar a ajuda a Beirute foi feito ontem pela manhã por Bolsonaro, durante uma teleconferência organizada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com outros chefes de Estado, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Temer teria de buscar autorização da Justiça para assumir a tarefa. Após receber um habeas corpus e sair da cadeia em maio de 2019, a prisão do expresidente foi convertida em medidas cautelares, entre elas a entrega do passaporte à Justiça. Por isso, ele não pode viajar ao Líbano sem o aval do Judiciário – o ex-presidente é réu em seis processos.
Pelas redes sociais, o emedebista se disse honrado e afirmou que vai esperar a nomeação sair no Diário Oficial da União para tomar as “medidas necessárias para viabilizar a tarefa”.
Entre as iniciativas anunciadas por Bolsonaro, estão o envio de medicamentos e insumos médicos em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e 4 mil toneladas de arroz para atenuar os efeitos da perda de cereais, que estavam estocados no porto que explodiu.
A negociação para a missão brasileira começou a ser articulada entre Bolsonaro e Temer logo no dia da explosão, na terça-feira, conforme o Estadão/broadcast Político apurou. O convite de Bolsonaro ao expresidente ocorre ao mesmo tempo em que o Planalto tenta uma aproximação com os partidos que comandam a pauta no Congresso Nacional.