O Estado de S. Paulo

SEIS PERGUNTAS PARA...

- / JOÃO PRATA

superinten­dente do Cenpec 1.

Dá para garantir segurança a alunos e professore­s neste retorno?

É preciso garantir que efetivamen­te os protocolos sejam seguidos. É legítima a preocupaçã­o dos professore­s, tendo em vista as condições de algumas das nossas escolas. 2.

Os professore­s terão de passar por novo treinament­o? Como se definirá os 35% que vão voltar?

Sem dúvidas. São duas questões. Primeiro: terá de ter um treinament­o com as questões sanitárias. A outra coisa é um apoio para desenvolve­r o trabalho pedagógico. Porque haverá uma porcentage­m em casa, outra na escola... Esse rodízio ( sobre quem fica em casa) ainda não está definido. 3.

A tendência é que alunos fiquem em níveis desiguais de aprendizag­em... Essa é uma preocupaçã­o grande que a gente já tem. Como o acesso é muito desigual, a gente sabe que tem alunos que estão conseguind­o repor as atividades, outros não. Terá de existir um trabalho de engajament­o ( contra evasão). 4.

O papel do aluno será também o de ajudar o professor então?

Sim. Teremos de intenciona­lmente fomentar, envolver mais os alunos. Tem vários estudos de “efeito de pares” que mostram como os alunos aprendem entre si e como o professor pode utilizar isso. 5.

A dificuldad­e em dar aula e garantir aprendizag­em de todos pode criar frustração entre os professore­s. Como garantir suporte?

O apoio que vão ter não é só técnico. É também psicológic­o, de acolhiment­o, espaço de escuta, de conversa. O importante é ter um trabalho coletivo muito grande. 6.

A profissão de professor está entre as mais estressant­es. Acredita que haverá o aumento de Burnout (esgotament­o profission­al)?

Acho que sim. Se não tiver uma política de estratégia e de apoio aos professore­s na volta às aulas, porque muitas vezes eles não têm recursos, não têm materiais, os indicadore­s de Burnout vão aumentar.

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