SEIS PERGUNTAS PARA...
superintendente do Cenpec 1.
Dá para garantir segurança a alunos e professores neste retorno?
É preciso garantir que efetivamente os protocolos sejam seguidos. É legítima a preocupação dos professores, tendo em vista as condições de algumas das nossas escolas. 2.
Os professores terão de passar por novo treinamento? Como se definirá os 35% que vão voltar?
Sem dúvidas. São duas questões. Primeiro: terá de ter um treinamento com as questões sanitárias. A outra coisa é um apoio para desenvolver o trabalho pedagógico. Porque haverá uma porcentagem em casa, outra na escola... Esse rodízio ( sobre quem fica em casa) ainda não está definido. 3.
A tendência é que alunos fiquem em níveis desiguais de aprendizagem... Essa é uma preocupação grande que a gente já tem. Como o acesso é muito desigual, a gente sabe que tem alunos que estão conseguindo repor as atividades, outros não. Terá de existir um trabalho de engajamento ( contra evasão). 4.
O papel do aluno será também o de ajudar o professor então?
Sim. Teremos de intencionalmente fomentar, envolver mais os alunos. Tem vários estudos de “efeito de pares” que mostram como os alunos aprendem entre si e como o professor pode utilizar isso. 5.
A dificuldade em dar aula e garantir aprendizagem de todos pode criar frustração entre os professores. Como garantir suporte?
O apoio que vão ter não é só técnico. É também psicológico, de acolhimento, espaço de escuta, de conversa. O importante é ter um trabalho coletivo muito grande. 6.
A profissão de professor está entre as mais estressantes. Acredita que haverá o aumento de Burnout (esgotamento profissional)?
Acho que sim. Se não tiver uma política de estratégia e de apoio aos professores na volta às aulas, porque muitas vezes eles não têm recursos, não têm materiais, os indicadores de Burnout vão aumentar.