Três PMS mortos em tiroteio são enterrados
Dois deles deixam esposas grávidas; crime aconteceu no sábado, quando abordavam falso policial civil na zona oeste de São Paulo
Os corpos de três policiais militares, mortos em serviço após abordar um falso policial civil na zona oeste da capital paulista, foram enterrados ontem, Dia dos Pais, em cemitérios diferentes da Grande São Paulo. Dois deles deixam esposas grávidas.
O sargento José Valdir de Oliveira Júnior, de 37 anos, e os soldados Celso Ferreira Menezes Junior, de 33, e Victor Rodrigues Pinto da Silva, de 29, foram baleados na cabeça e não resistiram aos ferimentos. O suspeito Cauê Doretto de Assis, de 24 anos, também morreu no confronto de sábado.
O crime aconteceu na Avenida Politécnica, região do Butantã, na manhã de anteontem. Todos os policiais estavam lotados no 23.º Batalhão da Polícia Militar (23.º BPM/M). Segundo a PM, o soldado Menezes foi enterrado no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul da capital. De família de policiais, ele era divorciado e não tinha filhos.
Já o sepultamento do soldado Victor aconteceu no Cemitério Memorial Parque da Paz, em Embu das Artes, na região metropolitana. Ele deixa a mulher, que está grávida do primeiro filho do casal. Por sua vez, o sargento Oliveira Júnior foi velado e enterrado no Cemitério Municipal de Presidente Venceslau, no interior paulista. Pai de uma adolescente de 16 anos, ele também deixa a mulher grávida – à
• Repercussão
João Doria
espera de gêmeos.
O crime. No dia em que foram assassinados, os PMS notaram um Volkswagen Fox, de cor branca, abordar uma motocicleta na altura do número 3.045 da Avenida Politécnica. Por estranhar a ação, resolveram abordar o veículo.
Cauê Doretto de Assis, que estava ao volante do carro, teria então descido, se apresentado como policial civil e avisado que estava armado. Em seguida, os PMS teriam desconfiado, recolhido a pistola do suspeito e apanhado os documentos para fazer a consulta de registro.
Um amigo de Assis estava no banco do passageiro. Na delegacia, ele relatou que naquela hora o suspeito sacou uma segunda arma e surpreendeu os PMS.
O primeiro atingido teria sido o soldado Victor, quem estava mais próximo do criminoso, vítima de um disparo na têmpora. O sargento Oliveira Júnior e o soldado Menezes também foram alvejados na cabeça.
A principal hipótese é de que Menezes tenha conseguido revidar a agressão e também atingir Assis. Os três PMS e o suspeito chegaram a ser socorridos ao hospital, mas não resistiram.
À polícia, o homem que estava no carona relatou não ter participado do confronto e que “saiu correndo” quando ouviu os disparos. “Ele sacou a ( segunda) arma, atirou no policial aqui ( soldado Victor). Foi até a viatura e aí começou a troca de tiros intensa. Nisso, eu já estava correndo e subi o barranco”, declarou. “Eles estavam de costas para a gente, por isso não puderam ter reação.”
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e também pela PM, por meio de inquérito militar. Dependendo do decorrer da investigação, o homem pode ser considerado suspeito ou só uma testemunha do caso.
Investigação. Segundo informou a polícia, Assis chegou a responder por estelionato em 2019. Em janeiro do ano passado, o suspeito também registrou uma queixa contra um PM após supostamente ser ameaçado. Na ocasião, ele teria uma casa de shows e estaria devendo dinheiro ao agente.
Pelas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte dos policiais. “Minha solidariedade às famílias dos nossos heróis da PM”, declarou no Twitter.
“Minha solidariedade às famílias dos nossos heróis da PM.”
GOVERNADOR DE SP