O Estado de S. Paulo

Três PMS mortos em tiroteio são enterrados

Dois deles deixam esposas grávidas; crime aconteceu no sábado, quando abordavam falso policial civil na zona oeste de São Paulo

- Felipe Resk

Os corpos de três policiais militares, mortos em serviço após abordar um falso policial civil na zona oeste da capital paulista, foram enterrados ontem, Dia dos Pais, em cemitérios diferentes da Grande São Paulo. Dois deles deixam esposas grávidas.

O sargento José Valdir de Oliveira Júnior, de 37 anos, e os soldados Celso Ferreira Menezes Junior, de 33, e Victor Rodrigues Pinto da Silva, de 29, foram baleados na cabeça e não resistiram aos ferimentos. O suspeito Cauê Doretto de Assis, de 24 anos, também morreu no confronto de sábado.

O crime aconteceu na Avenida Politécnic­a, região do Butantã, na manhã de anteontem. Todos os policiais estavam lotados no 23.º Batalhão da Polícia Militar (23.º BPM/M). Segundo a PM, o soldado Menezes foi enterrado no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul da capital. De família de policiais, ele era divorciado e não tinha filhos.

Já o sepultamen­to do soldado Victor aconteceu no Cemitério Memorial Parque da Paz, em Embu das Artes, na região metropolit­ana. Ele deixa a mulher, que está grávida do primeiro filho do casal. Por sua vez, o sargento Oliveira Júnior foi velado e enterrado no Cemitério Municipal de Presidente Venceslau, no interior paulista. Pai de uma adolescent­e de 16 anos, ele também deixa a mulher grávida – à

• Repercussã­o

João Doria

espera de gêmeos.

O crime. No dia em que foram assassinad­os, os PMS notaram um Volkswagen Fox, de cor branca, abordar uma motociclet­a na altura do número 3.045 da Avenida Politécnic­a. Por estranhar a ação, resolveram abordar o veículo.

Cauê Doretto de Assis, que estava ao volante do carro, teria então descido, se apresentad­o como policial civil e avisado que estava armado. Em seguida, os PMS teriam desconfiad­o, recolhido a pistola do suspeito e apanhado os documentos para fazer a consulta de registro.

Um amigo de Assis estava no banco do passageiro. Na delegacia, ele relatou que naquela hora o suspeito sacou uma segunda arma e surpreende­u os PMS.

O primeiro atingido teria sido o soldado Victor, quem estava mais próximo do criminoso, vítima de um disparo na têmpora. O sargento Oliveira Júnior e o soldado Menezes também foram alvejados na cabeça.

A principal hipótese é de que Menezes tenha conseguido revidar a agressão e também atingir Assis. Os três PMS e o suspeito chegaram a ser socorridos ao hospital, mas não resistiram.

À polícia, o homem que estava no carona relatou não ter participad­o do confronto e que “saiu correndo” quando ouviu os disparos. “Ele sacou a ( segunda) arma, atirou no policial aqui ( soldado Victor). Foi até a viatura e aí começou a troca de tiros intensa. Nisso, eu já estava correndo e subi o barranco”, declarou. “Eles estavam de costas para a gente, por isso não puderam ter reação.”

O caso é investigad­o pelo Departamen­to de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e também pela PM, por meio de inquérito militar. Dependendo do decorrer da investigaç­ão, o homem pode ser considerad­o suspeito ou só uma testemunha do caso.

Investigaç­ão. Segundo informou a polícia, Assis chegou a responder por estelionat­o em 2019. Em janeiro do ano passado, o suspeito também registrou uma queixa contra um PM após supostamen­te ser ameaçado. Na ocasião, ele teria uma casa de shows e estaria devendo dinheiro ao agente.

Pelas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte dos policiais. “Minha solidaried­ade às famílias dos nossos heróis da PM”, declarou no Twitter.

“Minha solidaried­ade às famílias dos nossos heróis da PM.”

GOVERNADOR DE SP

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WAGNER BUENO-PORTALBUEN­O Enterro em Vesceslau. Policiais desarmaram o suspeito, mas ele teria uma segunda arma

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