O Estado de S. Paulo

Coronavíru­s – 100 mil mortos e contando

- •✽ ANTONIO PENTEADO MENDONÇA SÓCIO DE PENTEADO MENDONÇA E CHAR ADVOCACIA E SECRETÁRIO-GERAL DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

Éapavorant­e pensar que o Brasil está atingindo a marca de cem mil mortos pelo coronavíru­s. Mas mais apavorante aindaépens arque este número continua subindo eque, até a vacina chegar, com sorte nam etadedo anoque vem, temos tu dopara ultrapassa­ra casados duzentos mil mortos.

Boa parte dos brasileiro­s jogou a pandemia na conta de fatalidade­s incontrolá­veis e adicionou o coronavíru­s ao rol integrado por dengue, chicu ng unha, febre amarela, sarampo, malária e outras epidemias que corroem asaúded apopulação ematam milhares de pessoas todo sosanos.

Adi ferençaé que o coronavíru­s m atamais demilpesso­as por dia. Ouseja,ém ui tomais letal doque as grandes tragédias nacionais, como os homicídios, na casa dos cem mil mortos, e os acidentes de trânsito, próximos de quarenta mil mortos por ano.

Somos disparados os segundos colocados no placar internacio­nal. Apenas o Estado de São Paulo tem mais mortos do que vários países europeus somados. Na nossa frente, entre as nações, apenas os Estados Unidos e ninguém nos ameaça de perto. Se o Brasil precisava de algo para prejudicar ainda mais sua imagem internacio­nal, já comprometi­da pelo desmatamen­to da Amazônia, o coronavíru­s é um prato cheio. E este quadro não é pior porque, surpreende­ntemente, o SUS (Sistema Único de Saúde) mostrou que funciona bem. Basta lhe darem os recursos necessário­s e ele faz sua parte.

De outro lado, os planos de saúde privados estão tendo atuação impecável desde o início da pandemia. Para tristeza dos que ganham remando contra eles, os planos estão fazendo sua parte sem qualquer marola que denigra seu comprometi­mento com o atendiment­o à saúde de quarenta e sete milhões de brasileiro­s que dependem deles.

Mas se o SUS funciona e os planos de saúde privados estão fazendo sua parte, onde foi que a vaca foi pro brejo? O que deu errado elevou o Brasil ao trágico pat amardas cem mil mortes, ainda na metade do caminho?

As causas são conhecidas e não precisam ser repetidas, mesmo porque estão diariament­e na imprensa, que não se cansa demostrar o desastre quef oi eéa atuação do governo federal como gestor da pandemia.

Tomamos emprestado­s os poderes milagrosos da cloroquina, sacamos da cartola um vermífugo e, ao contrário do mundo, não tomamos nenhuma providênci­a mais séria para enfrentar, cientifica­mente, a pandemia que se espalhou por todo o território nacional. O resultado está aí: cem mil mortos e contando.

Masse a tragédia das morte sé insuportáv­el e vergonhosa, o quadro geralda naçãoé dramático. O desemprego come solto, a miséria cobra seu preço jogando milhares de pessoas nas ruas, os pobres ficam mais pobres, aclasse média fi camais pobre, a economia encolhe e ogo verno federal saca uma reinvenção da CPMF como ferram entapara combate roque vai muito maleque eleva o rom bodas contas públicas a números inimagináv­eis seis meses atrás.

Este cenário de terra arrasada atinge a nação e cobra um preço absurdo da sociedade, que vê as chances de cura da pandemia e retomada da economia serem jogadas para o futuro, sabe Deus quando.

Nenhuma atividade econômica vai passar incólume pela tempestade e o setor de seguros nãoéaexceç­ãoà regra. Os planos de saúde já estão apontando aquedado número de segurados, decorrente do desemprego crescente entre os trabalhado­res formais, que são seus grandes beneficiár­ios, através dos contratos de trabalho.

A atividade econômica deve cair para patamares muito baixos e isto significa menos seguros para serem feitos, tanto pela diminuição dos negócios, como pelo empobrecim­ento da população.

É verdade que o out rolado damo edaéa quedada sinistrali­dade de carteiras como os seguros de veículos, ma sela não compensa a somada quedado faturament­o coma redução da remuneraçã­o das aplicações financeira­s.

Não se espera uma crise sistêmica no setor de seguros. As reservas são de mais de um trilhão de reais e a retomada das grandes obras joga alento no quadro. De qualquer forma, o futuro imediato será complicado para quem não prestar atenção.

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