O Estado de S. Paulo

Appy diz que há ambiente para reforma mais ampla

- T.B. e E.R.

O diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), Bernard Appy, defendeu a discussão de uma reforma tributária mais ampla, como a da PEC 45, que une impostos federais, estaduais e municipais, em vez de uma reforma mais focalizada, como a proposta pelo governo, sob a pena de não conseguir avançar mais nessa pauta neste e em próximos mandatos presidenci­ais. Appy é autor da proposta da PEC 45, em tramitação na Câmara.

Appy destacou que é inédito o apoio das 27 unidades federativa­s à mudança tributária ampla, que acaba com ICMS, sem benefícios fiscais, cobrando no destino. No caso dos municípios, ele ponderou que há alguma oposição das grandes cidades, mas que está em conversa com os prefeitos e representa­ntes para chegar a um acordo.

“Há uma possibilid­ade muito grande de conseguir equacionar e viabilizar a reforma mais ampla. Se aprovarmos a CBS, nesse governo não conseguimo­s mais aprovar reforma ampla. Depois da eleição, não se vamos ter apoio dos Estados. Pela primeira vez desde a Constituin­te, temos o apoio do todos. Temos ambiente favorável para aprovar reforma ampla, melhor

Apoio dos Estados

Bernard Appy afirmou que o apoio dos Estados à mudança tributária ampla, que acaba com ICMS, sem benefícios fiscais, cobrando no destino é inédito.

que só CBS. Se houver impasse por questões federativa­s, a CBS é alternativ­a.”

A assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado, por sua vez, disse que não se pode tratar essa discussão sobre o ambiente mais favorável de uma maneira romântica, porque o apoio dos Estados se explica por todo o grave problema fiscal vivido por esses entes e a dificuldad­e de cortar gastos.

“Obviamente, Estados veem reforma como oportunida­de para resolver problemas fiscais. Temos queentrare­mnegociaçã­ocomestado­s de maneira racional. A PEC 45 temmuitosm­éritos.masnãodápa­ra União pagar a conta mais uma vez como moeda de troca para uma reforma ampla. Não é simplesmen­te quanto mais a União vai colocar nos fundos de desenvolvi­mento regional.” Ela disse que já existem seis fundos de desenvolvi­mento regional, em que três têm desempenho muito ruim e três não têm nenhuma autorizaçã­o de gastos desde 2017. /

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