O Estado de S. Paulo

Mourão volta a criticar ‘turma que fala muito’

- Fábio Grellet / RIO

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou ontem a criticar a “turma que fala muito de Amazônia”, ao dizer que é hora de investir para desenvolve­r a bioeconomi­a da região. Mourão, que é chefe do Conselho da Amazônia, grupo criado pelo governo para combater a destruição da floresta e incentivar atividades econômicas ecologicam­ente corretas, disse que o desenvolvi­mento da Amazônia é o grande desafio do País.

“É hora de a turma que fala muito de Amazônia se apresentar no jogo e colocar recursos na mão das nossas empresas ou de empresas que venham a se estabelece­r na Amazônia para fomentar e desenvolve­r a bioeconomi­a”, disse.

Segundo Mourão, três grupos pressionam o Brasil em relação à Amazônia: “O primeiro é quem faz oposição radical ao presidente (Jair) Bolsonaro, aqui dentro mesmo, e busca apresentá-lo ao resto do mundo como a reedição de Átila, o Huno; o segundo grupo são os agricultor­es europeus, que não têm condições de competir com a gente. E o terceiro grupo são os ativistas ambientais, que acreditam que a Amazônia está sendo destruída e que isso terá uma influência no clima mundial”, enumerou ele.

As afirmações foram feitas durante o evento virtual promovido pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior, Confederaç­ão Nacional do Comércio (CNC) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro.

Mourão afirmou que “o futuro está intimament­e ligado a nos inserirmos na bioeconomi­a”. “Para isso, temos de ter as cadeias de valor da Amazônia devidament­e mapeadas, uma infraestru­tura logística sustentáve­l, com rios navegáveis, portos, aeroportos, a BR-319 voltando a funcionar e, obviamente, temos de carrear investimen­tos.”

Após elogiar o “papel geopolític­o” da Zona Franca de Manaus, Mourão disse que os incentivos fiscais “têm um limite”. “Hoje, a Zona Franca está com seu prazo estendido até 2073. À medida que a Amazônia estiver mais integrada, com ambiente de negócios mais desenvolvi­do, haverá um desmame nessa questão do incentivo fiscal, até porque é cada vez menor o espaço governamen­tal para administra­r esse tipo de subsídio.”

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