Mourão volta a criticar ‘turma que fala muito’
O vice-presidente Hamilton Mourão voltou ontem a criticar a “turma que fala muito de Amazônia”, ao dizer que é hora de investir para desenvolver a bioeconomia da região. Mourão, que é chefe do Conselho da Amazônia, grupo criado pelo governo para combater a destruição da floresta e incentivar atividades econômicas ecologicamente corretas, disse que o desenvolvimento da Amazônia é o grande desafio do País.
“É hora de a turma que fala muito de Amazônia se apresentar no jogo e colocar recursos na mão das nossas empresas ou de empresas que venham a se estabelecer na Amazônia para fomentar e desenvolver a bioeconomia”, disse.
Segundo Mourão, três grupos pressionam o Brasil em relação à Amazônia: “O primeiro é quem faz oposição radical ao presidente (Jair) Bolsonaro, aqui dentro mesmo, e busca apresentá-lo ao resto do mundo como a reedição de Átila, o Huno; o segundo grupo são os agricultores europeus, que não têm condições de competir com a gente. E o terceiro grupo são os ativistas ambientais, que acreditam que a Amazônia está sendo destruída e que isso terá uma influência no clima mundial”, enumerou ele.
As afirmações foram feitas durante o evento virtual promovido pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior, Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro.
Mourão afirmou que “o futuro está intimamente ligado a nos inserirmos na bioeconomia”. “Para isso, temos de ter as cadeias de valor da Amazônia devidamente mapeadas, uma infraestrutura logística sustentável, com rios navegáveis, portos, aeroportos, a BR-319 voltando a funcionar e, obviamente, temos de carrear investimentos.”
Após elogiar o “papel geopolítico” da Zona Franca de Manaus, Mourão disse que os incentivos fiscais “têm um limite”. “Hoje, a Zona Franca está com seu prazo estendido até 2073. À medida que a Amazônia estiver mais integrada, com ambiente de negócios mais desenvolvido, haverá um desmame nessa questão do incentivo fiscal, até porque é cada vez menor o espaço governamental para administrar esse tipo de subsídio.”