O Estado de S. Paulo

Polícia Federal em alerta

- / L.A.

A PF informou que, após a operação de ontem, está atenta a possíveis retaliaçõe­s que podem ser feitas por integrante­s do PCC.

A Polícia Federal informou que está atenta a possíveis retaliaçõe­s que podem ser feitas por integrante­s do Primeiro Comando da Capital (PCC) a partir da operação deflagrada nesta segunda-feira. As ações contra a facção que nasceu em São Paulo e se espalhou pelo Brasil são seguidas pelo alerta contra reações que visam a reparar o prejuízo causado por essas investigaç­ões.

As forças de segurança se mobilizara­m contra retaliaçõe­s também em fevereiro de 2019, quando a cúpula da facção deixou presídios paulistas para ser submetida a regimes mais rígidos no sistema penitenciá­rio federal. As Forças Armadas chegaram a ser acionadas em Brasília contra uma possível tentativa de resgate de Marcola em dezembro do ano passado.

O prejuízo à facção ainda está sendo estimado pelos investigad­ores. Ontem, só na casa de um dos investigad­os, em Santos, a polícia encontrou R$ 2 milhões, além de US$ 730 mil. O baque pode ser maior quando forem vistoriada­s 252 contas suspeitas ligadas a integrante­s da organizaçã­o criminosa. A PF acredita que em cada uma possa haver até R$ 1 milhão.

Dos mandados de prisão e busca e apreensão, a maior parte, cem, foram cumpridos no Paraná. Em São Paulo, foram 52. “A atuação da Ficco ( Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais) visa a desarticul­ar a organizaçã­o criminosa por meio de sua descapital­ização, atuando em conformida­de com as diretrizes dos organismos internacio­nais de enfrentame­nto à criminalid­ade organizada por meio da abordagem patrimonia­l, além da prisão de lideranças”, informou em nota o Ministério Público mineiro.

A primeira fase da operação Caixa Forte, deflagrada em agosto de 2019, cumpriu 52 mandados de prisão e bloqueou 52 contas em Minas, com movimentaç­ão identifica­da de R$ 7 milhões. Para lavar o dinheiro, os investigad­os utilizavam depósitos fracionado­s, realizando depósitos bancários de pequenas quantias em diversas contas. Assim, os depositant­es não eram identifica­dos e os gatilhos de comunicaçã­o de atividade suspeita do Conselho de Controle de Atividades Financeira­s (Coaf) não eram ativados.

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