Mendonça planeja foco na Segurança Pública
Com quatro meses na Justiça, André Mendonça busca se afastar do episódio do dossiê dos antifascistas e imprimir sua marca no ministério: escolheu apostar em área cara aos bolsonaristas e importante para o País: a Segurança Pública. A interlocutores, o ministro promete empenho redobrado na implementação do sonhado Susp (Sistema Único de Segurança Pública). A escolha do foco ocorre em momento oportuno para Mendonça, que sonha em ser indicado ao Supremo: o combate à corrupção sob Jair Bolsonaro virou um campo minado.
» Pisando devagar. Para adversários do presidente, o combate à corrupção no atual governo tem sido seletivo: até agora, mira prioritariamente os inimigos do Planalto e da família.
» Para lembrar. Sérgio Moro deixou a Justiça acusando Bolsonaro de “abandonar” a agenda do combate à corrupção: “Me desculpem os seguidores do presidente se essa é uma verdade inconveniente, mas essa agenda contra a corrupção não teve um impulso por parte do presidente da República”, disse o ex-ministro.
» Resultados. Desde que André Mendonça assumiu o Ministério da Justiça, foram apreendidas 360 toneladas de drogas, 113% mais do que em um ano do programa de fronteira Vigia.
» Resultados 2. O número de policiais nessas operações aumentou de 261 para 697. Na semana passada, houve a maior apreensão de drogas da história do País: 33,3 toneladas de maconha. O ministro chegou a ligar para os policiais responsáveis pela operação para parabenizá-los.
» Tradução. O Susp significa o compartilhamento de dados, operações e colaborações nas estruturas federal, estadual e municipal.
» Calma. Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que é importante e necessário o fortalecimento do Susp, mas diz: “Deve passar também por esclarecimento dos crimes e melhora na investigação. Sem isso, é só bandeira eleitoral”.
» Se liga. Focar na Segurança também é uma forma de Mendonça lutar contra a recriação de um ministério exclusivo para área.
» Cola… O senador Flávio Bolsonaro (RepublicanosRJ) telefonou para o governador em exercício do RJ, Cláudio Castro. Disse que trabalharia pela renovação do regime de recuperação fiscal do Estado.
» …em mim. “O Wilson Witzel estava se recusando a reconhecer que o Rio não fez o dever de casa. Parece que o Cláudio vai adotar outra postura, mais humilde, realista e colaborativa”, afirmou à Coluna.
» Stop! A menos de três meses das eleições municipais, Jair Bolsonaro pediu ao relator da PEC do Pacto Federativo, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), para tirar do texto a extinção dos municípios pequenos.
» Taokey? Segundo relatos, Bolsonaro teria dito que o ponto é muito complicado e poderia atrapalhar o andamento da PEC. O relator, vice-líder do governo no Senado, deve atender ao pedido.
» Como é. A medida, que contava com o apoio do ministro Paulo Guedes, prevê a extinção dos municípios com até 5 mil habitantes e arrecadação inferior a 10% da sua receita.