O Estado de S. Paulo

Facebook remove páginas e grupos do Qanon no País

- Vinícius Valfré

O Facebook removeu da plataforma grupos e páginas que promoviam o movimento conspirató­rio Qanon no Brasil. Anteontem, o Estadão mostrou que o Qanon (sigla para “Q Anônimo”) foi adaptado ao Brasil e ganha adeptos entre radicais nacionais. A versão brasileira da teoria da conspiraçã­o criada pela extrema direita americana tem sido cultivada em fóruns bolsonaris­tas e alimenta campanhas de fake news.

Ao todo, a reportagem constatou que saíram do ar grupos e páginas que tinham, juntos, 572 mil membros ou seguidores. Somente o maior grupo de adeptos da Qanon reunia mais de 22 mil integrante­s. Páginas identifica­das como “oficiais” e dedicadas à publicação de conteúdos agressivos ou falsos também foram encerradas.

A Qanon não é banida do Facebook. A rede aceita os conteúdos conspirató­rios, desde que não incentivem comportame­ntos violentos. A empresa não detalhou motivos específico­s que provocaram o banimento, mas confirmou a ação a partir da reportagem que, segundo ela, sinalizou “conteúdos violadores”. “O Facebook removeu cinco páginas e grupos por violações de suas políticas. Conteúdos associados com o movimento Qanon serão removidos quando identifica­das discussões de potencial violência”, afirmou a rede social em nota.

Pandemia. Entre as páginas que promoviam farsas e agora estão indisponív­eis estão “Brasil o País Do Futuro”, “O Vetor Oculto” e “Q Anon Brasil”. Nesses fóruns havia compartilh­amento de campanhas que inventavam ameaças à vida dos que usam máscaras e se submetem à aferição de temperatur­a contra a disseminaç­ão da covid-19.

Além disso, publicaçõe­s buscavam associar ministros do Supremo Tribunal Federal a “orgias com garotas” organizada­s pelo médium João de Deus.

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