O Estado de S. Paulo

Maduro concede indulto a mais de 100 opositores

Políticos, jornalista­s e ativistas recebem perdão; medida tem o objetivo de convencer a oposição a participar das eleições

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O governo da Venezuela disse ontem que perdoou 110 pessoas, incluindo 20 legislador­es, que foram, em sua maioria, acusados de conspirar contra o presidente Nicolás Maduro. Também foram indultados jornalista­s e ativistas.

Entre os que receberam o perdão presidenci­al estão os parlamenta­res Freddy Guevara – que pediu asilo na casa do embaixador chileno na Venezuela –, Freddy Superlano, Miguel Pizarro e Roberto Marrero – que havia servido como chefe de gabinete do líder da oposição, Juan Guaidó –, e o jornalista Nicmer Evans, que está detido na Diretoria de Contrainte­ligência Militar.

Também foram indultados Juan Pablo Guanipa, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) liderada por Guaidó, e Henry Ramos Allup, líder do partido social-democrata Ação Democrátic­a (AD) e uma das vozes mais destacadas da oposição.

Mas outras personalid­ades da oposição venezuelan­a ficaram fora da lista, como Leopoldo López, que está na Embaixada da Espanha em Caracas, Henrique Capriles, líder do partido Primero Justicia e duas vezes candidato à presidênci­a, e Julio Borges, um legislador da oposição que está na Colômbia.

O ministro da Informação, Jorge Rodríguez, disse, em entrevista coletiva, que os perdões foram concedidos dentro dos acordos entre governo e oposição, antes das eleições para a Assembleia Nacional, previstas para 6 de dezembro.

O esforço indica que o Partido Socialista de Maduro tenta convencer opositores a participar da votação – parte deles prometeu boicotar o pleito sob o argumento de que será fraudado. “Esperamos que todas essas medidas ajudem a manter o enfoque democrátic­o de todos esses atores políticos”, disse Rodríguez.

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