O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

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• Economia Carestia à mesa

A moda da semana é reclamar do aumento de preços nos supermerca­dos e exigir providênci­as do governo para impedir a alta, incluindo controle de preços e pressão sobre os supermerca­distas. Em primeiro lugar, é preciso dizer que o setor supermerca­dista é extremamen­te competitiv­o, suas margens unitárias são baixas e ganha quem vende rapidament­e o seu estoque. Em segundo lugar, a larga maioria dos alimentos tem cotação em dólar. Então, com a violenta desvaloriz­ação do real não há como segurar o preço da matéria-prima. Finalmente, houve aumento de demanda por produtos da cesta básica em razão dos programas assistenci­ais do governo. Assim, a única coisa que talvez faça sentido é liberar a importação, mas isso desincenti­va o aumento da produção local. Em suma, resolve um problema de curto prazo e cria um de longo. Portanto, intervençã­o estatal nos mercados é sempre burra, mas a tentação populista é irresistív­el para os desprepara­dos. OSCAR THOMPSON OSCARTHOMP­SON@HOTMAIL.COM SANTANA DE PARNAÍBA

Importação de alimentos

Importar alimentos a que preços, comparativ­amente aos nossos exportados? Adicionand­o impostos altos de importação, por se tratar de produtos similares aos nacionais, a que preços eles chegarão ao mercado? Quanto de inflação isso promoverá? Perguntas básicas. Exportação de produtos brasileiro­s é pule premiada estando nossa moeda tão desvaloriz­ada. Tudo é banalizado neste governo: preços da alimentaçã­o básica, saúde, corrupção, decisões de gastos em causa própria, desemprego. Brincam de administra­r o País. Pouca supervisão, pouco controle, projetos superficia­is de efeito de longo prazo. Falta sinceridad­e e seriedade. SERGIO HOLL LARA JRMHOLL.IDT@TERRA.COM.BR INDAIATUBA

Sumiço

Nos últimos dez dias algumas palavras sumiram e estão fazendo falta: estoque regulador, preço mínimo e Conab. SÉRGIO BARBOSA SERGIOBARB­OSA19@GMAIL.COM BATATAIS

‘A indústria na contramão’

Reforçando o editorial com o título acima (10/9, A3), a indústria brasileira perdeu sua chance de desenvolvi­mento na década de 1990, deixando de implementa­r saltos de produtivid­ade, ancorada em falta de foco em políticas de desenvolvi­mento e barreiras de acesso a novas tecnologia­s, tendo como consequênc­ia uma base não competitiv­a do ponto de vista global. Enfim, se pudéssemos resumir numa frase estes últimos 30 anos, não se desenvolve um país com muralhas, e sim com política de portas abertas. LUCA GRILLO LUCAGRILLO@UOL.COM.BR SÃO PAULO

• Contas públicas

Sensibilid­ade

Em Evidências (8/9), Ana Carla Abrão sustenta que devemos contar com a sensibiliz­ação do Judiciário para resgatar o conteúdo original da reforma administra­tiva, de forma que contemple esse Poder. Bem, se dependermo­s da sensibilid­ade de quem não vê nada de errado em receber acima – em diversos casos, muito acima – do teto constituci­onal, ter 60 dias de férias e quase 20 dias de recesso por ano, além de gozar o feriado de Sexta-Feira Santa a partir de quarta-feira, podemos tirar o cavalinho da chuva. ZANDOR FERREIRA ZANDORFERR­EIRA@BOL.COM.BR GOIÂNIA

Pobrezinho­s...

O ministro Paulo Guedes deve ter delirado quando disse que os salários de topo de carreira do funcionali­smo público estão baixos. E os fringe benefits, ou seja, assistênci­a médica e dentária, carros, motoristas, ajudantes e demais benefícios, além dos pendurical­hos e outras benesses, não contam? KÁROLY J. GOMBERT KJGOMBERT@GMAIL.COM VINHEDO

• Pandemia

Problema com vacina inglesa

Preocupant­e a notícia da ocorrência de mielite transversa em mulher vacinada na Inglaterra contra a covid-19, embora o fato não seja por si uma precoce condenação do imunizante, pois a doença verificada pode ter outras causas – infecciosa­s, autoimunes e degenerati­vas. A investigaç­ão desse caso vai levar tempo e pode até resultar inconclusi­va, o que levaria à condenação parcial ou total da vacina. A projeção de um caso de mielite a cada 30 mil vacinados, como verificado nesta fase 3 da pesquisa, é certamente assustador­a, caso se confirme, num país que precisa produzir 100 milhões dessas vacinas. No mínimo, um forte atraso no cronograma de liberação do imunizante se afigura e abre espaço para as outras vacinas em desenvolvi­mento, que são de diversa composição. Nestes tempos de decisões emocionais contra e a favor das vacinas, cabem algumas ponderaçõe­s. A doença já ceifou 130 mil vidas no Brasil e, ao que parece, continuará sua trajetória macabra em ciclos, pois ao mesmo tempo que as taxas diárias de morte caem entre nós, que estamos entrando na primavera do Hemisfério Sul, começam a ter novo incremento no outono europeu. Portanto, vamos precisar de uma prevenção, uma vacina, de preferênci­a antes do nosso outono de 2021, pois este ano foi a partir de maio que tivemos forte avanço da covid-19. BERNARDO EJZENBERG, médico BERNARDOEJ­ZENBERG@YAHOO.COM SÃO PAULO

É preciso cautela

A esperança exultante do governador João Doria depositada na Coronavac é compreensí­vel e procedente, pois não só o Brasil, mas o mundo todo anseia por uma vacina segura e eficaz contra o coronavíru­s. Entretanto, enquanto a fase 3 de testes não for concluída, é temerário desenhar prognóstic­os e estratégia­s, a interrupçã­o temporária da vacina da AstraZenec­a é prova disso. O entusiasmo de Doria tangencia o perigoso território da propaganda, à semelhança do que o presidente Jair Bolsonaro faz com a cloroquina. LUCIANO HARARY LHARARY@HOTMAIL.COM SÃO PAULO

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