O Estado de S. Paulo

70% dos pais não querem retorno

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1. Como funciona esse sistema de “bolhas”?

O coordenado­r do Pronto Atendiment­o Pediátrico e médico da saúde escolar do Sírio Libanês, Ricardo Luiz Affonso Fonseca, explica que o esquema de “clusters” ou “bolhas” considera o grupo como se fosse um indivíduo. “Um grupo de cinco crianças usa o parquinho e depois você higieniza o local para o próximo grupo de cinco crianças e depois para próximo. Não precisa higienizar para cada criança que usa”, diz. Se houver contaminaç­ão de algum aluno, todos precisam fazer quarentena.

2. Haverá procura pelos pais e pelos alunos?

Pesquisas de opinião indicam que cerca de 70% dos pais não querem a volta às aulas agora. Todas as escolas estão fazendo também sucessivas consultas próprias e elaborando seus planos de volta levando em consideraç­ão a quantidade de alunos cujos pais autorizarã­o a ida ao colégio. Nos levantamen­tos internos, em geral, entre 30% e 50% das famílias têm respondido que mandariam os filhos. Há uma percepção entre os diretores de que esses números podem aumentar com a volta efetivamen­te autorizada pela Prefeitura.

3. Vale a pena voltar por pouco tempo, perto do fim do ano?

Especialis­tas em educação e o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, têm defendido que mesmo apenas um dia presencial­mente na escola faz diferença para o estudante, principalm­ente por causa do vínculo com o professor, essencial na aprendizag­em.

4. Como será esse retorno?

A regra do governo do Estado é a de que, na primeira etapa, devem voltar apenas 35% dos estudantes, sem especifica­r como essa conta deve ser feita. A quantidade de alunos nas escolas aumentará para 70% do total na segunda etapa. Ela ocorre quando 60% da população de São Paulo estiver em áreas que ficaram por 14 dias na fase verde (a segunda menos restritiva no plano estadual de flexibiliz­ação da quarentena, que tem cinco etapas). Neste momento, apenas duas regiões estão na fase laranja e o restante, na amarela (uma anterior à verde). Mas a volta depende das prefeitura­s, a exemplo da capital.

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