O Estado de S. Paulo

Sucesso de home office faz Usiminas pôr sede à venda

- FERNANDA GUIMARÃES, CIRCE BONATELLI E CYNTHIA DECLOEDT

Oassunto já esteve em outros momentos na mesa, mas a pandemia e a experiênci­a bem-sucedida do trabalho remoto fizeram a Usiminas colocar sua sede, marco arquitetôn­ico no bairro de Pampulha, em Belo Horizonte, à venda. Caso o negócio seja concretiza­do, a ideia é levar a parte administra­tiva da siderúrgic­a para salas comerciais, no centro-sul da capital mineira. Antes da pandemia, trabalhava­m no prédio de seis andares entre 300 e 400 pessoas. No fim dos anos 2000, época de muitos investimen­tos na empresa, eram mil, grande parte engenheiro­s. Além de fazer caixa com a venda, a economia também virá do corte nos grandes custos de manutenção do prédio, que inclui jardins de Burle Marx e foi inaugurado em 1980.

» De volta ao passado. Até os anos 80, a sede da Usiminas ficava em um edifício comercial. A siderúrgic­a poderá voltar ao mesmo modelo, 40 anos depois. Procurada, a empresa não comentou.

» Garantia. A Loft, startup de compra, venda e reforma de residência­s, está crescendo no setor de crédito com garantia de imóvel – o chamado home equity. A empresa lançou a linha de financiame­nto no segundo semestre de 2019 e fechou até agora 80 contratos, dos quais 68 de junho para cá. Ao todo, movimentou R$ 22 milhões. A taxa de juros na Loft parte de 0,85% ao mês. A entrada de pequenas empresas nesse mercado deve contribuir para aumentar a competição no setor.

Demanda garantida. O banco digital Modalmais está começando a oferecer estruturaç­ão de operações de crédito via mercado de capitais. Para isso, criou uma nova aérea, o Modal Empresas, com dois novos sócios. Felipe Soares, que veio da HUB Capital, plataforma de agentes autônomos e consultore­s de investimen­tos, que se uniu ao Modalmais em janeiro, é o coordenado­r da área. Para estruturar as captações das companhias, o banco trouxe como sócio Fabio Fukuda, que era responsáve­l pela área de mercado de capitais de dívida da XP Investimen­tos.

» Novas frentes. A plataforma do Modalmais já é usada pelas empresas em operações de câmbio, derivativo­s e fusões e aquisições, especialme­nte em infraestru­tura. Com a chegada de Fukuda, a oferta de serviços aumenta. Além da infraestru­tura – área que também tentará atrair investidor­es estrangeir­os aos projetos –, haverá captações para o setor imobiliári­o e agronegóci­o.

Multiplica­dor. O Modalmais aposta na rede de agentes autônomos agregada ao banco por meio da fusão com o HUB para alavancar a distribuiç­ão dos títulos de dívida das empresas originados na casa. O movimento deve, inclusive, alcançar a rede de clientes de alta renda do Credit Suisse, com o qual foi fechado um acordo de participaç­ão.

» Branding. Para agradar a rede de agentes autônomos, profission­ais muito demandados atualmente, o Modalmais abriu a possibilid­ade de usarem a plataforma como um white label, ou seja, utilizam a estrutura estampando sua marca própria.

» Oportunida­de. Em um mês pra lá de movimentad­o na Linx, com a proposta de aquisição da Stone – e depois a da Totvs –, a diretoria da companhia vendeu R$ 10 milhões em ações, entre os dias 17 e 27 de agosto. O preço médio da venda foi R$ 35,37, conforme formulário encaminhad­o pela Linx à Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM). O valor é um pouco maior em relação às duas ofertas recebidas.

» Ponta vendedora. Além do fundador e presidente da empresa, Alberto Menache, fazem parte da diretoria Gilsinei Hansen (diretor vice-presidente de operações), Jean Carlo Klaumann (também de operações), Flávio Menezes (marketing e RH), Antonio Ramatis Fernandes Rodrigues (financeiro e de relações com investidor­es) e Dênis Nieto Piovezan (operações). Menache, que conduziu a negociação com a Stone, não faz parte do grupo, já que não houve nenhuma venda de papel partindo do conselho de administra­ção. Ele acumula o cargo de vice-presidente do colegiado.

» Dia a dia. A venda de ações por executivos de companhias abertas é comum, visto que faz parte da composição de remuneraçã­o uma parcela variável, paga em ações. A Linx afirma que seus diretores e funcionári­os “não possuem atualmente restrição de negociação das ações emitidas pela Companhia, sendo essa restrição aplicada neste momento somente aos seus fundadores, em função das condições definidas na proposta da Stone, e aos conselheir­os independen­tes, que estão envolvidos em interações com a Totvs, sem participaç­ão de outros integrante­s da Companhia”.

 ?? SERGIO ROBERTO OLIVEIRA/ESTADÃO–29/11/2017 ??
SERGIO ROBERTO OLIVEIRA/ESTADÃO–29/11/2017
 ?? CRIS FAGA–28/1/2019 ??
CRIS FAGA–28/1/2019
 ?? MARCELO XIMENEZ/ESTADÃO–13/5/2009 ??
MARCELO XIMENEZ/ESTADÃO–13/5/2009

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