O Estado de S. Paulo

Por que o setor ainda é pouco desenvolvi­do

- / E.M.

Segundo os dados mais recentes do Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID), a emissão de títulos verdes, sociais ou sustentáve­is somou US$ 328 bilhões em todo o mundo no ano passado, alta de 57% ante 2018. Mas a América Latina e o Caribe respondera­m por apenas 2% desse total. Ou seja: o potencial por aqui é enorme, porém mal explorado.

Criado para promover finanças sustentáve­is no País, o Laboratóri­o de Inovação Financeira (LAB) fez uma pesquisa com possíveis emissores e investidor­es para saber quais oportunida­des poderiam incentivar sua entrada no mercado.

Do lado do investidor, a demanda é por títulos verdes com preços atrativos. “As pessoas têm interesse na sustentabi­lidade, mas ainda veem a decisão de investimen­to atrelada ao retorno ajustado. Antes de tudo, ele é um investidor”, disse Annelise Vendramini, coordenado­ra do

Guia para Emissão de Títulos Verdes no Brasil, publicado em parceria da FGV com a Febraban.

A falta de conhecimen­to também é um entrave para a expansão dos títulos verdes, de acordo com Maria Netto, especialis­ta em finanças do BID. Falta clareza: 47% dos emissores de títulos na América Latina ainda não informam o destino dos recursos. Por isso, o BID criou uma plataforma de transparên­cia sobre esses ativos.

Há ainda a questão da segurança jurídica. “O setor de saneamento entrou para a lista de projetos de debêntures incentivad­as com o decreto 10.387, de junho. No mês seguinte, já tivemos duas emissões emissão da Iguá Saneamento”, lembrou a gerente de relações institucio­nais do Conselho Empresaria­l Brasileiro para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l (CEBDS), Tatiana Assali.

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