Varejo e serviços adotam tecnologia suíça de desinfecção
Covid-19 amplia interesse por tecnologia que dispensa a intervenção humana para eliminar mais de 99,9999% dos microrganismos
Quando chegou ao Brasil, há quatro anos, o robô suíço HyperDryMist logo passou a ser utilizado em hospitais e clínicas, ambientes em que a desinfecção em alto nível era considerada essencial. Com a covid-19, o interesse pela tecnologia se ampliou. Hoje o equipamento é procurado pelos mais diferentes tipos de empresa, de lojas a companhias aéreas, passando por escolas, hotéis, bancos, salões de beleza, clínicas veterinárias, berçários e empresas de ônibus.
Durante a pandemia, o número de contratos fechados subiu 70%. Por se tratar de um equipamento portátil e leve, com pouco mais de 10 quilos e tamanho de uma bagagem de mão, o uso pode ocorrer até em carros. No final de julho, uma ação social da empresa que é a representante exclusiva da tecnologia no Brasil, a Americas 3K, proporcionou a desinfecção gratuita de táxis em São Paulo. Cada veículo foi totalmente desinfetado e devolvido ao motorista em 6 minutos.
“Para atender às necessidades de todos os interessados, estamos trabalhando com venda e também com comodato”, diz Ellen Dreger, coordenadora e responsável técnica da Americas 3K.
Comercializado em mais de 20 países, o equipamento foi desenvolvido pela suíça 99 Technologies, depois que o fundador perdeu o pai por infecção hospitalar. O robô pulveriza uma mistura de peróxido de hidrogênio, íons de prata e coformulantes, combinação que elimina microrganismos dos mais diversos tipos – vírus, a exemplo do causador da covid-19, fungos e bactérias, inclusive as esporuladas, que são mais resistentes e podem permanecer por até três anos no ambiente.
REDUÇÃO DE RISCOS
Para desinfetar, basta deixar o robô no ambiente, e ele trabalha de forma autônoma. O sistema calcula automaticamente a quantidade do produto necessária para a metragem. O tempo para que o processo seja finalizado varia de acordo com o tamanho do local – veja no quadro.
As nanopartículas liberadas pelo equipamento são disseminadas por todo o ambiente, pois assumem comportamento de gás e alcançam cada reentrância. Assim, o nível de eficácia da limpeza é bem maior do que a realizada por outros sistemas de desinfecção. Compatível com os mais diversos tipos de superfície, a solução é biodegradável, não deixa umidade, não causa manchas e não danifica aparelhos eletrônicos.
Construído em aço inoxidável, o equipamento é extremamente resistente e avisa quando precisa de manutenção – a primeira é programada para depois de 900 mil metros cúbicos desinfetados, equivalente a 975 horas de uso. Outra vantagem é a interface programável, que possibilita o alto nível de autonomia. Tudo comprovado pela emissão de relatórios das tarefas realizadas – algo especialmente relevante agora que a covid-19 foi considerada doença ocupacional, e os empregadores precisam certificar suas ações de prevenção.