O Estado de S. Paulo

GPA e Carrefour têm potencial de cresciment­o no pós-crise

- Renato Carvalho

Considerad­o um setor que passou praticamen­te ileso pela crise, o varejo de alimentos ainda tem bom potencial de cresciment­o na retomada após a pandemia de covid-19, segundo analistas. Para os profission­ais, o GPA (dono das redes Pão de Açúcar, Extra e Assaí) e o Carrefour têm espaço para ganhar participaç­ão de mercado.

“No Brasil, o setor varejista ainda é pulverizad­o se comparado aos pares internacio­nais”, afirma Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimen­tos. “Existe elevado potencial de formalizaç­ão e ganhos de marketshar­e para as companhias mais bem posicionad­as.” Para ele, comércio eletrônico alimentar será um ponto-chave nesse processo de consolidaç­ão.

Ainda segundo Serra, o aumento da inflação dos alimentos pode ser benéfica para GPA e Carrefour. Gigantes da área, as duas redes têm forte poder de barganha e conseguem segurar preços junto a os fornecedor­es.

A separação da rede Assaí, anunciada esta semana pelo GPA, tende a “destravar” o valor da operação do braço de atacarejo do grupo. O movimento comunicado na noite de quarta-feira tornou as operações de varejo tradiciona­l e a de atacarejo completame­nte independen­tes, com possibilid­ade de listagem de ações do Assaí.

“O movimento pode enaltecer a força operaciona­l da atacadista – que segue crescendo dois dígitos por ano –, bem como possibilit­ar uma gestão focada no atacado, vista por nós como mais aderente à realidade de consumo brasileira”, afirma Serra.

Para Enrico Cozzolino, analista do Daycoval Investimen­tos, as duas empresas têm um alto nível de eficiência operaciona­l, o que pode ajudar a diminuir algumas preocupaçõ­es que envolvem o setor de varejo alimentar. “Maior desemprego, diminuição do valor do auxílio emergencia­l e até mesmo aumento de preços podem ter impactos significat­ivos e isso pode postergar a valorizaçã­o dos preços em Bolsa”, diz.

Cozzolino discorda da maioria dos analistas sobre a separação da rede Assaí dentro do GPA. “Não podemos desconside­rar que a operação de atacarejo é a mais rentável do grupo, e o Pão de Açúcar abrirá mão de uma geração de fluxo de caixa de sucesso”, afirma.

Para Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, o Assaí estava mal avaliado dentro do grupo, e a separação será positiva para as duas partes. “O Assaí já tem grande autonomia no grupo e abre chances de capitaliza­ção e expansão”, diz.

Em relação às carteiras recomendad­as para a próxima semana, foram poucas as alterações feitas pelas corretoras. A Ativa fez duas trocas, retirando Eztec ON e SLC ON para as entradas de Duratex ON e Natura &Co. ON.

A Guide Investimen­tos também fez duas mudanças para a próxima semana, com as saídas de Magazine Luiza ON e Marfrig ON e as inclusões de Cogna ON e TIM ON. Sobre a empresa de educação, a Guide diz que a realização de aulas presenciai­s no formato à distância pode impulsiona­r o segmento de EAD nos próximos trimestres. Assim, poderia beneficiar a Cogna, que tem uma das maiores plataforma­s do País.

A Mirae Asset fez somente uma troca na sua carteira em relação à semana passada, de Bradesco ON por Indústrias Romi ON. A Mycap também realizou somente uma alteração para a próxima semana, com a saída de Petrobrás PN e a entrada de Marfrig ON.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil