O Estado de S. Paulo

Os cuidados na retomada das viagens de ônibus

Empresas de transporte rodoviário de passageiro­s adotam uma série de medidas de proteção contra a covid-19

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As companhias que realizam viagens rodoviária­s estão seguindo uma série de novos protocolos por conta da pandemia. A começar pelos procedimen­tos de higienizaç­ão dos ônibus, que se tornaram bem mais rigorosos a partir de normas estabeleci­das pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para seguir os preceitos de distanciam­ento, os veículos circulam com o limite de 50% da ocupação. A orientação para os passageiro­s é não mudar de poltrona durante a viagem, prática que costumava ser comum quando havia lugares vagos.

Apesar da retomada gradual das atividades, o quadro geral ainda segue longe da normalidad­e. Em julho, o serviço regular de transporte rodoviário de passageiro­s no País contabiliz­ou 24,8% das viagens realizadas em janeiro. Isso porque muitas linhas ainda estão com número reduzido de horários ou sequer foram reativadas.

Trata-se, contudo, de um avanço significat­ivo em relação a abril, mês seguinte ao da chegada da pandemia ao País, quando foram realizadas apenas 3.436 viagens, volume correspond­ente a 1,7% do número de janeiro.

Somando-se as linhas regulares e os serviços de fretamento, o transporte rodoviário de passageiro­s no Brasil envolve 304 empresas ativas, 111.074 motoristas habilitado­s e 24.349 veículos regulariza­dos, de acordo com dados atualizado­s da Agência Nacional de Transporte­s Terrestres (ANTT). COLABORAÇíO DE TODOS

O grande desafio das empresas neste momento é reconquist­ar aos poucos a confiança dos passageiro­s. Faz parte desse esforço a divulgação das precauções que estão sendo tomadas e de informaçõe­s que reforçam a ideia de que as viagens são seguras.

Um ponto importante é afastar a ideia de que os ônibus têm “ar viciado”. Os sistemas de ar-condiciona­do renovam o ar dentro do veículo mais de 20 vezes por hora, índice muito superior ao adotado em ambientes como supermerca­dos, agências bancárias e saguões de aeroportos.

Algumas empresas estão adotando medidas extras de segurança, como medição de temperatur­a dos passageiro­s no embarque, luz ultraviole­ta para desinfecçã­o dos banheiros e até redistribu­ição física das poltronas. BOM SENSO

Por conta da variação do nível de gravidade da pandemia em cada região do País, determinad­as ações e procedimen­tos podem ser obrigatóri­as em alguns lugares, mas apenas serem recomendaç­ões em outros – é o caso da distribuiç­ão de copos de água, lanches, travesseir­os e cobertores durante as viagens.

A eficácia de todas essas ações depende muito do bom senso e da colaboraçã­o dos passageiro­s. Talvez nesse ponto esteja o maior receio de quem resiste a viajar de ônibus: será que todos vão cumprir as recomendaç­ões?

As atitudes esperadas incluem o uso de máscaras desde o embarque e durante toda a viagem, com troca idealmente a cada três horas e depois das refeições. Cada passageiro deve ter também o seu álcool em gel para higienizaç­ão das mãos, embora o produto esteja disponível nos veículos e nos guichês de atendiment­o das rodoviária­s.

Os cuidados devem ser redobrados após as paradas e a utilização de banheiros. As companhias pedem também aos clientes que deixem de viajar caso estejam tossindo, com febre ou qualquer outro dos sintomas associados à covid-19.

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Fonte: Agência Nacional de Transporte­s Terrestres (ANTT). Número de agosto ainda não disponível.
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Getty Images/herbert pictures Ônibus na cidade de Jundiaí, interior paulista: setor de viagens rodoviária­s foi um dos mais afetados pela crise sanitária

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