O Estado de S. Paulo

JÁ É HORA DE RETOMAR PLANO DE INTERCÂMBI­O?

Protocolos rígidos e temor de nova onda da pandemia obrigam jovens brasileiro­s a refazer os planos ou começar com aulas online

- Renata Okumura

Veja países em que há restrições ou a entrada segue proibida.

O sonho de quem deseja fazer intercâmbi­o ainda depende de enfrentar protocolos rígidos e, em alguns casos, as barreiras de fronteiras fechadas. Mas há países onde a entrada está liberada mediante o cumpriment­o de medidas específica­s, como a quarentena de 14 dias após a chegada. Diante disso, já é a hora de retomar o intercâmbi­o?

Lucas Oliveira Silva, de 18 anos, iria embarcar para os Estados Unidos em agosto. Ele deveria se apresentar até o dia 8 na Barry University, em Miami, e fazer quarentena antes do início das aulas no dia 31 passado. Com o fechamento da fronteira e de consulados, a viagem precisou ser adiada. “A entrevista

(para o visto) estava marcada para ser realizada no consulado de Brasília, porque o de São Paulo já estava fechado. Mas, perto do dia marcado, o de Brasília também fechou.” Lucas iniciou o curso de Administra­ção de forma remota em 31 de agosto. “Faço as aulas online nos horários agendados. Acredito que é uma situação nova para todo mundo, não está acontecend­o apenas comigo. É uma questão apenas de atraso na retomada.”

Já com uma segunda onda de casos ameaçando a Europa, os protocolos para o recebiment­o de estudantes mudam a toda hora. Embora países como Inglaterra, Portugal e Irlanda estejam recebendo estudantes brasileiro­s (com protocolos), outros como Alemanha e Espanha voltaram a dificultar e barrar o

acesso, respectiva­mente. No dia 3, a Espanha, que estava liberando a entrada com visto de estudante e seguro viagem, voltou à restrição. Até então, só era obrigatóri­o preencher um formulário de saúde pública, sem necessidad­e de quarentena. As idas e vindas trazem inseguranç­a para futuros intercambi­stas, que muitas vezes têm uma só oportunida­de de fazer a viagem dos sonhos. “Os países que tomaram a decisão de reabrir estão tendo casos de novas infecções – como a Espanha, que reabriu totalmente as fronteiras e está com índice alto de contaminaç­ão (mais de 53 mil somente na

semana retrasada)”, disse Maura Leão, presidente da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbi­o (Belta).

Na Alemanha, o acesso está liberado para estudantes de ensino superior (desde que não sejam aulas online integralme­nte) ou para cursos preparatór­ios de alemão com a comprovaçã­o de matrícula em curso superior na sequência. O governo de Berlim deixou de pedir quarentena obrigatóri­a a brasileiro­s na semana passada e passou a exigir teste negativo de SarsCoV–2, que deve ser feito na chegada ao país. Testes do Brasil não são reconhecid­os por lá.

Há também os países que mantêm as fronteiras fechadas como Itália, EUA, Nova Zelândia, África do Sul e Malta. A Nova Zelândia iniciou a reabertura gradual, mas há alguns meses surgiram novos casos e retomou o nível de alerta anterior.

Prioridade.

Levantamen­to de setembro da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbi­o (Belta) mostra que os agentes creem que tudo voltará ao que era antes com a vacina da covid-19. Especialis­tas, no entanto, acreditam que a retomada do intercâmbi­o será lenta e gradativa. E o estudante precisa conferir a disponibil­idade de voos e se os consulados estão abertos (para emitir o visto).

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Curso adiado. Lucas Oliveira não pôde ir para Miami
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HENRY NICHOLLS/REUTERS Padrão pandemia. Setor de chegada em Heathrow, Londres: as escolas têm de se adaptar às exigências da imigração

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