O Estado de S. Paulo

Mudança também alcança segmentos de saúde e educação

SulAmerica acelerou digitaliza­ção e programa Médico na Tela passou de 600 consultas por mês para 80 mil por mês

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A digitaliza­ção alcançou outros setores durante a pandemia, além das empresas de varejo. A área de saúde e educação, por exemplo, aproveitou a oportunida­de para diminuir a desconfian­ça do mercado em relação à qualidade dos serviços prestados de forma online e acelerou a oferta de novos produtos.

Foi o que ocorreu com o grupo segurador SulAmérica. O processo de digitaliza­ção começou há cinco anos, como uma forma de oferecer ao cliente uma experiênci­a rápida. Uma das primeiras iniciativa­s foi a criação do aplicativo da empresa com o serviço Médico em Casa. Com o avanço cada vez maior dos smartphone­s no País, a companhia – que tem 7 milhões de clientes – criou o Médico na Tela para consultas virtuais.

“Em março, quando a pandemia começou por aqui, vimos que haveria uma forte turbulênci­a e decidimos acelerar a plataforma”, afirma o vice-presidente de Operações, Digital e Inovações da SulAmérica, Marco Antunes. Ele conta que, durante o isolamento social, o número de atendiment­os, que ficava na casa de 500 a 600 consultas por mês, saltou para 80 mil. Nesse período, a empresa já fez 400 mil consultas virtuais em mais de 40 especialid­ades diferentes.

Na avaliação de Antunes, mesmo com o fim da pandemia, esse serviço continuará em alta na empresa. A ideia é ter um modelo híbrido. Na primeira consulta, o paciente iria até o médico e, nas demais, o atendiment­o seria online. “Vamos reaprender a viver dentro desse novo mundo. Minha percepção é que as coisas não voltam a ser como eram antes.”

Câmpus fechado. Mesma opinião tem VanDyck Silveira, da Trevisan. No meio da pandemia, a empresa – que oferece cursos de graduação, pós, MBA e educação executiva – fechou seus três câmpus e passou a se dedicar apenas às aulas online. Para virar a chave, a escola apostou em duas estratégia­s. Primeiro, durante a quarentena, escolheu os cinco cursos mais “atraentes” e abriu para os estudantes fazerem de graça.

A decisão atraiu mais de 10 mil alunos – alguns deles terminaram o curso gratuito e emendaram outro curso pago. Outra estratégia foi adotar assessores educaciona­is autônomos para vender os programas da Trevisan no Brasil e no mundo – um modelo inspirado na rede de profission­ais da XP, que vendem os fundos de investimen­tos da empresa. “Quando voltei ao Brasil, depois de uma temporada fora, imaginava que esse seria o futuro da escola, mas apenas em 2023 ou 2024.”

Na avaliação do gerente de pesquisa e consultori­a de Enterprise da IDC Brasil, Luciano Ramos, o País ainda tem um caminho longo para se igualar às nações mais digitaliza­das do mundo. “Mas a distância em relação aos mais desenvolvi­dos diminuiu bastante durante esse período de pandemia”, diz ele.

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