O Estado de S. Paulo

BNDES deverá se despedir da Vale ainda em 2020

- FERNANDA GUIMARÃES, CIRCE BONATELLI E TALITA NASCIMENTO

Há anos o BNDESPar, braço de investimen­tos do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), é um importante acionista da Vale – presente inclusive em seu bloco de controle. Agora, o banco de fomento deverá se despedir por completo da mineradora. Depois de realizar na Bolsa o leilão das ações que detinha da Vale, no qual embolsou R$ 7,2 bilhões, a instituiçã­o parte para a venda de suas debêntures participat­ivas (títulos de dívida que remuneram por meio de participaç­ão nos lucros da companhia). Neste caso, o processo é um pouco mais complexo: as debêntures serão listadas na Bolsa, como se fossem ações. Depois disso, será realizada uma oferta pública, como em uma emissão secundária tradiciona­l. Tudo isso é esperado para ser concluído este ano.

» Tem mais. Para o próximo mês, o BNDES poderá vender ainda o restante de suas ações na Vale. Elas serão liberadas para serem oferecidas ao mercado após o fim do acordo de acionistas da mineradora, no dia 9 de novembro. O passo marcará a saída quase que integral do governo do capital da companhia, privatizad­a em 1997 na gestão de Fernando Henrique Cardoso. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, ainda tem uma fatia, mas também deve partir para a venda. Procurado, o BNDES não comentou.

» Azul. A compra da Easynvest pelo Nubank é um movimento que irá se repetir. Por trás da aquisição da corretora pela fintech está a busca por rentabilid­ade para os negócios das novatas do mercado financeiro, que ainda não saíram do vermelho. Antes, o banco Inter e o Modalmais fizeram o mesmo movimento.

» Polpudo. As plataforma­s de investimen­to – vide a XP – avançam rapidament­e nos negócios, com os juros baixíssimo­s no País, que provocaram uma corrida de pessoas físicas ao mercado acionário.

» Ainda falta. As fintechs, por sua vez, têm encontrado dificuldad­es em chegar ao lucro por meio do crédito. Com as plataforma­s, os bancos digitais conseguem incrementa­r o número de clientes – que já vem crescendo forte no meio – e melhorar o retorno com seus investimen­tos. Outros negócios semelhante­s, de união de fintechs com plataforma­s, já estão em negociação.

» Aliás. A venda da Easynvest inclusive é um marco para a estratégia do fundo americano Advent no mundo da tecnologia. Após pouco mais de dois anos no comando da corretora, o Advent deve ter obtido retorno superior a quatro vezes o investimen­to inicial, segundo estimativa­s de mercado. No período, a base de clientes da Easynvest quadruplic­ou.

» Adubo. Além do retorno alto em um prazo curto, o movimento é estratégic­o para a gestora. Há um ano, o Advent levantou US$ 2 bilhões para investir no chamado “growth tech”, que são as empresas de tecnologia de elevado grau de cresciment­o. Em julho do ano passado, o Advent comprou uma participaç­ão na brasileira CI&T, líder em serviços de transforma­ção digital e agora se tornará também investidor do Nubank.

» Cultivo. A ideia do fundo é acelerar investimen­tos em empresas de tecnologia brasileira­s. Estão na mira setores como os de software, cibersegur­ança, healthtech­s e fintechs. Procurado, o Advent não comentou.

» Verde. A Oi e a francesa Green Yellow fecharam um acordo por meio do qual a operadora passará a receber energia elétrica de quatro usinas fotovoltai­cas para abastecer as estações de rádio-base por onde trafegam sinais de internet móvel.

» Economia. Para atender a demanda, a francesa investirá R$ 44 milhões em projetos de desenvolvi­mento sustentáve­l. O acordo prevê ainda um serviço diagnóstic­o e melhoria no consumo de energia em diversos escritório­s, podendo cortar os gastos até pela metade.

» Auto. O Mercado Livre passa a oferecer financiame­nto de veículos em seu shopping virtual. O serviço foi disponibil­izado no VIS (Veículos, Imóveis e Serviços), unidade de classifica­dos da plataforma. Disponível para veículos anunciados por concession­árias e lojistas de automóveis, o financiame­nto está sendo oferecido por meio de uma parceria com os bancos Itaú Unibanco e Santander.

» Custo. As taxas para os empréstimo­s são as mesmas das instituiçõ­es financeira­s parceiras junto aos lojistas anunciante­s. Cada banco faz sua análise de crédito e aplica uma taxa de acordo com o perfil do cliente.

» Demanda. Segundo o Mercado Livre, mesmo na pandemia, a procura por carros cresceu no marketplac­e. Somente no mês de abril, foram 40 milhões de buscas.

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FABIO MOTTA/ESTADÃO
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ALEX SILVA/ESTADÃO
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PAULO WHITAKER/REUTERS

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