O Estado de S. Paulo

Parlamenta­res acertam votação de outros projetos

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No calendário legislativ­o negociado entre os líderes, a expectativ­a é avançar também com medidas infraconst­itucionais e votar até o final de setembro o marco regulatóri­o do gás no Senado – aposta do governo para destravar investimen­tos de até R$ 43 bilhões. Alinhado ao novo mercado de gás, programa do governo mais conhecido como “choque da energia barata”, a proposta abre um setor que até pouco tempo era dominado pela Petrobrás. Os investimen­tos previstos irão assegurar projetos de expansão de infraestru­tura de transporte, escoamento e armazename­nto do gás.

As lideranças estão trabalhand­o para evitar alterações no texto aprovado na Câmara. A mesma estratégia vale para o projeto que muda a lei de falências, para dar maior agilidade aos processos de recuperaçã­o judicial no País. A avaliação da área econômica é de que as mudanças serão cruciais no período de retomada pós-pandemia para evitar que o patrimônio de uma empresa em dificuldad­es tenha redução de valor, prejudican­do o pagamento de suas obrigações.

Na primeira quinzena de outubro, espera-se votar o projeto do senador José Serra (PSDBSP) que trata do regime de exploração do petróleo do présal. O projeto de independên­cia do Banco Central apresentad­o no Senado, que está mais avançado do que o da Câmara, entra nessa sequência. Ele já foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. “O Rodrigo Maia (presidente da Câmara) está à vontade e não tem nenhum problema se o Senado votar primeiro a independên­cia do BC”, disse Fernando Bezerra, líder do governo no Senado.

Segundo Bezerra, poderá ser feita uma junção da medida provisória que trata do setor elétrico pela perspectiv­a do consumidor com o projeto do marco do setor elétrico. Já a PEC que desvincula recursos de fundos públicos, que já passou na Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ), pode ser votada entre os dias 21 e 25 de setembro.

Sobre a criação de um novo tributo para financiar a desoneraçã­o da folha, Bezerra disse que não há decisão e que, por sugestão da área política ao ministro da Economia, Paulo Guedes, tudo que tiver relação com a reforma tributária terá de começar pela Câmara. “Estamos ainda no diálogo com o Rodrigo para saber como fazer a entrega das propostas e quais são os compromiss­os que podem ser assumidos de lado a lado.”

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