O Estado de S. Paulo

Não houve alerta de órgão fiscalizad­or, diz ministro

Tarcísio afirma que setores técnico e jurídico do Dnit apontaram que não havia irregulari­dade nos contratos com B2T

- / P.C. e F.M.

O ministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas, afirmou, em nota, que os contratos assinados com a empresa B2T no período em que foi diretor do Dnit foram atestados pelos setores técnico e jurídico do órgão, e as análises não apontavam qualquer irregulari­dade.

“Não havia nenhuma suspeita de irregulari­dade quando da deliberaçã­o por parte da diretoria colegiada, nem do contrato e nem dos aditivos”, destacou.

Tarcísio disse, ainda, que “não houve qualquer tipo de alerta de nenhum órgão de fiscalizaç­ão e nem internamen­te sobre irregulari­dades.” “Concluise, portanto, ser desarrazoa­do exigir que o colegiado deliberass­e sobre algo referendad­o no mérito e no juízo pelas instâncias responsáve­is, fato notoriamen­te comprovado pela própria inexistênc­ia de qualquer citação à diretoria executiva como parte sob investigaç­ão.”

A PF, no entanto, contesta a versão do ministro e cita pareceres da AGU e da Procurador­ia da República Especializ­ada com ressalvas à contrataçã­o. As recomendaç­ões eram para que o órgão demonstras­se justificat­iva de que os preços unitários estimados eram compatívei­s com o mercado; apresentar pesquisa de mercado nacional; e comprovar que os preços estimados se encontrava­m em conformida­de com a realidade.

Os alertas acontecera­m ainda em 2012, antes da formalizaç­ão da licitação e da assinatura de dois aditivos com a B2T. A PF aponta que o Dnit, inclusive, “ignorou as sugestões da AGU acerca das irregulari­dades contidas na pesquisa de preços”, por meio de um parecer dado em 13 de agosto de 2012. Confrontad­a, a assessoria do ministro sustentou a versão de que não houve alerta.

Num procedimen­to incomum, a PF divulgou nota sobre a investigaç­ão sigilosa. Nela, revela que o ministro foi ouvido e que, “até o momento”, não existem “elementos suficiente­s” para “qualquer conclusão acerca do envolvimen­to dele com esquema de corrupção”.

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