Líder da oposição russa sai do hospital em Berlim
O líder da oposição russa Alexei Navalni recebeu alta médica ontem do hospital universitário de La Charité, em Berlim, onde era tratado após ter sido envenenado pela substância novichok. Ele estava internado desde 22 de agosto – foram 32 dias no hospital, sendo 24 na UTI.
Ainda ontem, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que o opositor “está livre para voltar ao país”.
Em um comunicado, a equipe médica que tratou do dissidente disse estar otimista quanto a sua recuperação total, mas advertiu que ele poderá ter sequelas. Navalni havia sido transferido para o Charité vindo de um hospital na cidade de Omsk, na Sibéria, onde deu entrada após desmaiar durante um voo.
O governo alemão confirmou no início do mês que ele havia sido envenenado – a substância foi desenvolvida por cientistas da antiga União Soviética para fins militares. O resultado do laboratório de farmacologia e toxicologia do Exército alemão foi referendado por laboratórios na França e Suécia. A Rússia rejeita a acusação.
“Não sabemos quais notícias são reais e quais são falsas. Se o paciente está se recuperando, isso é muito bom. Desejamos uma rápida recuperação a ele”, disse Peskov, evitando chamar Navalni pelo nome, um costume entre as autoridades russas, entre elas o presidente Vladimir Putin.
Em uma reportagem do jornal francês Le Monde, o líder russo teria falado ao presidente francês, Emmanuel Macron, que o opositor se autoenvenenou. “A questão foi abordada, mas o jornal foi impreciso”, disse.
Ontem, a Rússia anunciou uma ampliação na lista de funcionários da União Europeia que estão impedidos de entrar no país. Segundo a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, a medida é uma reação contra uma “campanha de desinformação em torno do cidadão russo Navalni orquestrada por países ocidentais”.