O Estado de S. Paulo

Com apoio do BID, BNDES terá R$ 5 bi para pequenas

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OBanco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID) aprovou ontem crédito de US$ 750 milhões para o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) ajudar micro, pequenas e médias empresas (MPMES). O empréstimo ao BNDES tem prazo de 25 anos, com cinco anos e meio de carência. Para ter acesso aos recursos, o banco de fomento brasileiro terá de desembolsa­r US$ 150 milhões, elevando para US$ 900 milhões os recursos disponívei­s a essas empresas. Com a soma dos valores, equivalent­es a R$ 5 bilhões, a expectativ­a é que mais de 11 mil companhias sejam beneficiad­as. Os recursos devem chegar aos empresário­s por meio da rede de instituiçõ­es financeira­s credenciad­as no BNDES. O objetivo é aliviar a escassez de capital a essas empresas no curto prazo. » Suporte. Para o BID, o “tecido produtivo” do Brasil foi afetado pelo covid e precisa ser protegido para evitar prejuízos maiores à economia no médio prazo. “Esta é uma operação de importânci­a estratégic­a para o BID. Não só por disponibil­izar recursos ao Brasil em um momento delicado, mas por apoiar um setor crucial para que o País volte a crescer”, disse o representa­nte do BID no Brasil, Morgan Doyle. Para ele, medidas contracícl­icas como essa são parte do papel do banco.

» Contra o relógio. O calendário apertado pode compromete­r a aplicação dos investimen­tos em telecomuni­cações, previstos com a aprovação do novo marco regulatóri­o do setor, um ano atrás. Segundo a diretora de regulação da consultori­a LCA, Claudia Viegas, há risco de os investimen­tos não prosperare­m por causa de timing e é preciso pragmatism­o para resolver o problema.

» Em jogo. O projeto de Lei Complement­ar 79 alterou o marco regulatóri­o do setor de telecom, permitindo às operadoras de telefonia fixa migrar do regime de concessão para o de autorizaçã­o. Na prática, a medida autoriza cortes em despesas com obrigações regulatóri­as, como manutenção de orelhões. Também dá aval à venda de bens, como imóveis de centrais telefônica­s.

» Em troca. Por sua vez, as operadoras terão de levar banda larga até regiões não atendidas pela tecnologia. A medida é válida para todas as concession­árias de telefonia fixa – Oi, Telefônica (dona da Vivo), Embratel (do grupo Claro) e Algar. O setor terá perdas próximas a R$ 10 bilhões, ao longo dos próximos quatro anos, com a manutenção das redes de cobre defasadas, segundo cálculo da Oi.

» Demora. O projeto tramitou por mais de três anos no Congresso até ser aprovado e sancionado no fim de 2019. De lá para cá, Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) tem calculado quanto as operadoras terão de desembolsa­r para fazer a migração. A Anatel está contratand­o uma consultori­a para auxiliar no cálculo e espera terminar esse trabalho só no fim de 2021.

» Corre. A partir daí, as teles terão mais seis meses para fazerem suas contas e decidirem mudar de regime ou não. Na melhor das hipóteses, o processo seria concluído em meados de 2022. Já houver atrasos ou inseguranç­a, as teles podem não mudar o regime, pois os contratos de concessão terminam em 2025 e aí podem encerrar a prestação do serviço de telefonia fixa.

» Acelera. Com a expectativ­a de um segundo semestre aquecido, a Icatu Seguros espera terminar o ano com alta de 20% no prêmio retido em produtos de seguro de vida. No acumulado até julho, a expansão foi de 10% em relação a igual período do ano passado.

» Basta estar vivo. Se a projeção se confirmar, a Icatu terá cresciment­o similar ao do ano passado, quando os produtos de vida tiveram avanço de 17%. De acordo com o presidente da seguradora, Luciano Snel, a área mereceu atenção especial na pandemia: as pessoas abriram os olhos para a vulnerabil­idade da vida e reforçaram laços afetivos com familiares. » Na corte. Quase metade (47,6%) das indústrias paulistas estão envolvidas em algum tipo de processo judicial, segundo pesquisa realizada pela Câmara de Conciliaçã­o, Mediação e Arbitragem Ciesp/fiesp, com 275 indústrias. Entre as disputas que não foram judicializ­adas, a pesquisa diz que 38,5% poderiam ser resolvidas por intermédio da mediação. Do total, 67,7% das que têm casos na Justiça são micro e pequenas indústrias, 28%, médias e 4,4%, grandes.

» Em casa. Por isso, a Câmara da Ciesp/fiesp lançou o projeto Mediação Social, que será gratuito até o fim do ano para conflitos de até R$ 100 mil. Será voltado a empresas associadas ao Ciesp e aos Sindicatos filiados à Fiesp.

CYNTHIA DECLOEDT, ANDRÉ ÍTALO ROCHA, CIRCE BONATELLI, FERNANDA GUIMARÃES

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FABIO MOTTA/ESTADÃO-13/03/2013
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LEO CALDAS/ESTADÃO-03/12/2012
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ALE VIANNA/ELEVEN-02/03/2017

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