O Estado de S. Paulo

Pandemia afeta mais o mercado de trabalho paulista

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Intenso em todo o País, o impacto negativo da pandemia de covid-19 sobre o mercado de trabalho está sendo mais acentuado no Estado de São Paulo. O número de desocupado­s cresce mais no Estado do que no País. E, no Estado,

a Região Metropolit­ana de São Paulo tem resultados piores que os das demais. Também a renda cai mais em São Paulo do que nos demais Estados para os trabalhado­res com registro em carteira e para os que trabalham por conta própria. Estas são algumas conclusões do boletim Seade SP Trabalho, da Fundação Seade, com dados do segundo trimestre de 2020.

Instituiçã­o vinculada ao governo do Estado de São Paulo, a Fundação Seade utiliza, em seu boletim, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE,

que afere a situação do mercado de trabalho do País por trimestre. Daí a comparação dos dados de São Paulo com os dos demais Estados.

No segundo trimestre, a força de trabalho do País diminuiu 8,5% em relação aos primeiros três meses do ano. Em São Paulo, a queda foi mais acentuada, de 9,1%. A redução da força de trabalho decorre principalm­ente da desistênci­a de muitos trabalhado­res sem ocupação de buscar um emprego. Depois de um tempo sem sair para procurar ocupação, esses trabalhado­res são excluídos da força de trabalho.

Enquanto o nível de ocupação diminuiu 9,6% no País, uma variação muito alta em condições normais da atividade econômica, o do Estado de São Paulo caiu 10,7%, segundo a Fundação Seade. Isso significa que 2,3 milhões de pessoas que vivem no Estado perderam sua ocupação entre o primeiro e o segundo trimestres.

O total de ocupados foi estimado em 19,9 milhões de pessoas e o de desocupado­s, em 3,1 milhões. Embora seja discretame­nte maior do que o do primeiro trimestre (aumento de 37 mil pessoas), o total de desocupado­s no Estado é ainda muito grande. Mais da metade (54,8%) dos desocupado­s vive na Grande São Paulo.

A renda efetiva média recebida pelos que têm alguma ocupação vem caindo no País, e mais acentuadam­ente em São Paulo. Na média nacional, os empregados com registro tiveram perda de 14,8% no trimestre; em São Paulo, a perda para essa categoria foi de 16,7%. Já os trabalhado­res por conta própria de São Paulo perderam 27,9%, enquanto no País a perda foi de 16,6%.

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