Adhemar de Barros e o populismo na política
Prefeito foi responsável por ceder terreno para as obras de construção do Masp e ficou conhecido por música sobre ‘caixinha’
Quando Adhemar de Barros assumiu a Prefeitura, em 1957, sua fama era conhecida pelos paulistanos. Já tinha sido governador do Estado duas vezes, a primeira delas como interventor – representante do governo de Getúlio Vargas em São Paulo.
Sua rivalidade com Jânio Quadros – ambos prefeitos e governadores de São Paulo – fez surgir o marketing político, jingles como “varre, varre, vassourinha”, e uma escola que nunca saiu de moda na política: o populismo. O episódio desta semana da série multimídia Política que Marca discorre sobre o estilo do prefeito que governou São Paulo entre 1957 e 1961.
Foi Adhemar quem permitiu a mudança do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para a Avenida Paulista. Criado por Assis Chateaubriand, o museu funcionou até 1968 na rua Sete de Abril, centro. Com a ampliação do acervo, que hoje tem cerca de 11 mil peças, os andares ocupados no edifício Guinle tornaram-se insuficientes.
“Numa noite, andando de carro pela Paulista, Chateaubriand viu aquele espaço e decidiu que ali seria construído o novo edifício do Masp. Foi feito então um pedido de uso do terreno para a Prefeitura e o governo do Estado”, contou o editor de Cultura do Estadão, Ubiratan Brasil. Com a obra autorizada, deu-se início a uma construção ousada, com um vão livre de 64 metros que tornou-se um dos espaços mais democráticos da cidade.
Adhemar de Barros já não era mais prefeito de São Paulo quando o Masp foi inaugurado, em 1968, em uma cerimônia com presença da Rainha Elizabeth.
No sexto episódio da série, Política que Marca relembra a marchinha que marcou a vida pública de Adhemar de Barros. Escrita por Herivelto Martins e Benedito Lacerda e interpretada por Nelson Gonçalves, a “caixinha do Adhemar” escancarou uma prática em tempos de campanha. “Quem não conhece, não ouviu falar, na famosa caixinha do Ademar... Que deu livro, deu remédio, deu estrada, caixinha abençoada... Já se comenta de norte a sul, com Adhemar tá tudo azul”, diz a música.