O Estado de S. Paulo

Reunião na CBF termina em confusão

Campeonato Brasileiro. Encontro sobre a possível volta do público nos estádios tem discussão entre cartolas. Nada foi definido ainda

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Uma reunião por videoconfe­rência, marcada pela Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF) com representa­ntes dos 20 clubes da Série A e que tinha como pauta a discussão sobre o possível retorno de público nos jogos da competição, terminou em discussão, xingamento­s e sem nenhuma definição sobre o assunto. Os protagonis­tas dos momentos de maior tensão do encontro foram Rogério Caboclo, presidente da entidade, e Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

A reunião começou por volta das 17h e, logo no início, Caboclo propôs aos presentes a volta do público aos estádios. O presidente da CBF afirmou ainda que para que os torcedores retornasse­m às partidas a entidade teria de conversar com as prefeitura­s, mas que antes gostaria de ouvir a posição das equipes.

A maior parte dos representa­ntes dos clubes optou pela isonomia – só seria liberada a presença da torcida se fosse para todas as equipes. Foi nesse ponto que surgiu o primeiro conflito. O Flamengo e a Ferj defenderam que o público deveria ser liberado nas cidades que concordass­em com a decisão.

Palmeiras e Corinthian­s, entre outros, foram taxativos e não aceitaram. Nisso, Caboclo decidiu colocar em votação uma proposta para uma volta conjunta, sem data definida. Rubens Lopes pediu a palavra e lembrou que o pleito não poderia ser realizado, pois não tratava-se de uma reunião arbitral, e sim de um simples encontro.

Caboclo ficou irritado com a interrupçã­o. Com a voz elevada, passou a falar que era ele quem presidia a entidade e não outra pessoa. Lopes respondeu e, com ironia, perguntou se o presidente da CBF havia se esquecido de tomar o “Gardenal” (remédio controlado usado para tratar e prevenir convulsões e episódios de epilepsia).

Diante da incredulid­ade dos presentes, Walter Feldman, secretário da entidade, interveio e a reunião foi encerrada.

Outros temas. No encontro, ainda houve uma rusga entre Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR, Caboclo e Lopes. Caboclo ainda queria debater assuntos relacionad­os ao novo coronavíru­s, mas não houve nenhuma discussão sobre o assunto.

A única decisão efetiva do encontro

foi o aumento do número de jogadores inscritos por clube no Brasileirã­o – de 40 para 50 atletas.

A decisão de aumentar dez jogadores por clube se dá na semana que o Flamengo vive um surto de covid-19 dentro do seu elenco. Até ontem, eram 16 jogadores infectados, além do presidente Rodolfo Landim e do vice de futebol, Marcos Braz.

Por isso, o clube carioca quer o adiamento de sua partida contra o Palmeiras, marcada para domingo às 16h no Allianz Parque. O pedido, que o Alviverde se opõe, não teve resposta da CBF e o Flamengo deve entrar com medida no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para não ter que jogar com jogadores das suas categorias de base. O time ainda quer ter o direito de não entrar em campo sem ser penalizado com a perda dos pontos.

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LEANDRO LOPES / CBF-17/4/2018 Tempo quente. Rogério Caboclo, presidente da CBF, se desentende­u com Rubens Lopes, da Federação do Rio de Janeiro

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