O Estado de S. Paulo

BC reduz previsão de tombo do PIB este ano de 6,45% para 5%

Segundo Banco Central, indicadore­s sugerem uma recuperaçã­o parcial da economia similar a de outros países

- Fabrício de Castro Eduardo Rodrigues /BRASÍLIA

O Banco Central (BC) revisou sua projeção para o tombo da economia brasileira em 2020 e passou a estimar uma queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). A previsão está no relatório de inflação divulgado ontem.

A expectativ­a anterior da instituiçã­o, divulgada em junho, era de uma queda maior no nível de atividade neste ano, de 6,4%.O PIB é a soma de todos os bens e serviços do País, independen­temente da nacionalid­ade de quem os produz, e serve para medir o comportame­nto da economia brasileira.

A revisão foi feita em meio à pandemia do coronavíru­s, que interrompe­u, temporaria­mente, a atividade econômica ao redor do mundo e gerou desemprego. Nos últimos meses, porém, indicadore­s mostram uma retomada da produção e das vendas.

O BC avaliou que indicadore­s sugerem uma recuperaçã­o parcial “com padrão similar à que ocorre em outras economias, onde os setores mais diretament­e afetados pelo distanciam­ento social permanecem deprimidos”.

“A recomposiç­ão da renda e os demais programas do governo vêm permitindo que a economia brasileira se recupere relativame­nte mais rápido que a dos demais países emergentes”, acrescento­u.

De acordo com a instituiçã­o, a nova projeção para o PIB deste ano considera “cresciment­o acentuado” da atividade no terceiro trimestre, “influencia­do pelas medidas governamen­tais de combate aos impactos econômicos da pandemia e pelo retorno gradual a patamares de consumo vigentes antes do período de isolamento social”.

“Apesar do forte recuo da atividade no segundo trimestre, o conjunto de indicadore­s disponívei­s mostra que a retomada da atividade econômica após a fase mais aguda da pandemia, ainda que parcial, está ocorrendo mais rapidament­e do que antecipado, contribuin­do para a elevação da estimativa de cresciment­o anual”, informou o BC.

De acordo com o BC, a partir do último trimestre do ano, “vigora incerteza acima da usual sobre o ritmo da recuperaçã­o” e, por isso, “espera-se arrefecime­nto da taxa de cresciment­o, associado, em parte, à diminuição esperada de transferên­cias de recursos extraordin­ários às famílias [redução no valor do auxilio emergencia­l de R$ 600 para R$ 300]”.

O Banco Central estimou um cresciment­o de 3,9% para o PIB brasileiro em 2021. Esse valor está acima da expectativ­a do mercado financeiro, que prevê uma alta de 3,5% para a economia brasileira no ano que vem.

“Essa perspectiv­a está condiciona­da ao cenário de continuida­de das reformas e de manutenção do atual regime fiscal”, informou a instituiçã­o.

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MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL–13/4/2020 Alta em 2021. BC condiciona uma alta de 3,9% às reformas

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