BC reduz previsão de tombo do PIB este ano de 6,45% para 5%
Segundo Banco Central, indicadores sugerem uma recuperação parcial da economia similar a de outros países
O Banco Central (BC) revisou sua projeção para o tombo da economia brasileira em 2020 e passou a estimar uma queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). A previsão está no relatório de inflação divulgado ontem.
A expectativa anterior da instituição, divulgada em junho, era de uma queda maior no nível de atividade neste ano, de 6,4%.O PIB é a soma de todos os bens e serviços do País, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
A revisão foi feita em meio à pandemia do coronavírus, que interrompeu, temporariamente, a atividade econômica ao redor do mundo e gerou desemprego. Nos últimos meses, porém, indicadores mostram uma retomada da produção e das vendas.
O BC avaliou que indicadores sugerem uma recuperação parcial “com padrão similar à que ocorre em outras economias, onde os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos”.
“A recomposição da renda e os demais programas do governo vêm permitindo que a economia brasileira se recupere relativamente mais rápido que a dos demais países emergentes”, acrescentou.
De acordo com a instituição, a nova projeção para o PIB deste ano considera “crescimento acentuado” da atividade no terceiro trimestre, “influenciado pelas medidas governamentais de combate aos impactos econômicos da pandemia e pelo retorno gradual a patamares de consumo vigentes antes do período de isolamento social”.
“Apesar do forte recuo da atividade no segundo trimestre, o conjunto de indicadores disponíveis mostra que a retomada da atividade econômica após a fase mais aguda da pandemia, ainda que parcial, está ocorrendo mais rapidamente do que antecipado, contribuindo para a elevação da estimativa de crescimento anual”, informou o BC.
De acordo com o BC, a partir do último trimestre do ano, “vigora incerteza acima da usual sobre o ritmo da recuperação” e, por isso, “espera-se arrefecimento da taxa de crescimento, associado, em parte, à diminuição esperada de transferências de recursos extraordinários às famílias [redução no valor do auxilio emergencial de R$ 600 para R$ 300]”.
O Banco Central estimou um crescimento de 3,9% para o PIB brasileiro em 2021. Esse valor está acima da expectativa do mercado financeiro, que prevê uma alta de 3,5% para a economia brasileira no ano que vem.
“Essa perspectiva está condicionada ao cenário de continuidade das reformas e de manutenção do atual regime fiscal”, informou a instituição.