O Estado de S. Paulo

Bens de candidatos a prefeito crescem entre eleições

Três dos que já enviaram declaração de bens tiveram aumento de patrimônio; indicado pelo PT, Tatto é o que mais perdeu dinheiro

- Tulio Kruse

Três candidatos à Prefeitura de São Paulo informaram à Justiça Eleitoral ter aumentado o patrimônio entre a última eleição que disputaram e a campanha deste ano. A maior variação, em valores corrigidos pelo IPCA, é da relação de bens do prefeito Bruno Covas (PSDB), que concorre à reeleição. Já o candidato do PT, Jilmar Tatto, foi o que mais perdeu dinheiro: seus bens, que somavam R$ 1,5 milhão em 2018, na eleição ao Senado, também em valores corrigidos pela inflação, caíram para R$ 126 mil.

Em 2016, quando era candidato a vice-prefeito na chapa de João Doria, Covas declarou ter R$ 58 mil (R$ 65.956, se aplicar a inflação do período), divididos em poupança, conta corrente, participaç­ão em uma empresa e dinheiro em espécie. Passados quatro anos, os valores nas aplicações financeira­s oscilaram e seu patrimônio foi acrescido de um veículo Audi Q3 2014, avaliado pelo candidato em R$ 83,5 mil.

Também tiveram incremento nas declaraçõe­s de bens Orlando Silva (PCDOB) e Levy Fidelix (PRTB). Em 2018, quando conquistou uma cadeira na Câmara Municipal, Silva havia declarado R$ 479 mil (507.116,36, aplicando-se o IPCA): uma casa, poupança e aplicação. Nesta eleição, o deputado declarou também um prédio comercial e um fundo de previdênci­a privada, que ajudam a explicar o patrimônio de R$ 738 mil.

Por outro lado, Tatto perdeu mais de R$ 1 milhão em patrimônio nos últimos dois anos. O candidato do PT informou ter apenas um centavo na única conta bancária em seu nome. Quando concorreu a senador, em 2018, ele declarou ter R$ 1,2 milhão aplicados em quotas de capital, e R$ 53,9 mil em sua conta bancária. A soma dos bens caiu, em dois anos, de R$ 1,5 milhão para R$ 126 mil. Segundo a assessoria de imprensa do candidato, a diferença nas declaraçõe­s ocorre porque ele e a esposa decidiram antecipar a partilha de bens após os filhos atingirem a maioridade.

O candidato mais rico é Filipe Sabará (Novo), que teve a candidatur­a suspensa pelo partido nesta semana. A extensão total de seu patrimônio, no entanto, só se tornou conhecida após ele corrigir a declaração. Inicialmen­te, ele havia declarado à Justiça apenas R$ 15 mil.

Dono de seis imóveis, seis carros, uma moto italiana e com participaç­ão em quatro empresas, Celso Russomanno (Republican­os) tem patrimônio declarado de R$ 1,7 milhão. Herdeiro de um império industrial, Andrea Matarazzo (PSD) declarou quase R$ 1,5 milhão – R$ 131 mil estão num banco na Itália.

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, declarou apenas um carro avaliado em R$ 15,4 mil – é o mesmo veículo que ele tinha há dois anos, quando concorreu à Presidênci­a.

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