Ibirapuera, o último hospital de campanha, será fechado dia 30
Redução no número de internações e de ocupação de UTIS, segundo o Estado, expõe queda na demanda
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou ontem o encerramento das atividades do hospital de campanha do Ibirapuera, na capital, para o dia 30. A decisão foi tomada após o governo avaliar que a pandemia do coronavírus está estabilizada no Estado. É o último hospital de campanha a encerrar as atividades na capital. Semanas antes foram fechados os do Complexo do Anhembi e do Estádio do Pacaembu.
Um dos principais dados usado como base foi a queda nas internações. Na última semana epidemiológica (13 a 19 de setembro), a média diária foi de 1.266 internações, a menor registrada desde abril. A parcial desta semana, que inclui apenas dados de domingo a quartafeira passada, indica a mesma tendência, com média de 1.110.
O hospital funcionou por cinco meses, período em que foram atendidos 3.189 pacientes de 106 municípios. Ao todo, ele tinha 268 leitos, dos quais 28 de UTI. “Foi fundamental no enfrentamento da covid-19”, declarou Doria em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
O último paciente terá alta hoje. O mobiliário e outros itens, como colchões, chuveiros e torneiras, serão destinados a entidades de assistência e unidades de saúde pública.
Estabilidade. Embora o Estado tenha apresentado alta na média diária de óbitos na semana epidemiológica 38, com aumento de 8%, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o cenário é de “estabilidade” e até apresentou dados parciais que indicam que a próxima semana epidemiológica deverá ter queda.
“A taxa de ocupação de UTI é a melhor de todo o Plano São Paulo”, destacou. A média mais recente é de 46,3% no Estado – e de 45,3% na Grande São Paulo. “Com esses índices, há possibilidade de fazer com que hospitais que focaram exclusivamente o atendimento da covid-19 possam ser encerrados.”
Ao todo, o Estado tem 964.921 casos e 34.877 mortes confirmados da doença. Há, ainda, 3.672 internados na UTI com suspeita ou confirmação da doença, número que é de 4.799 no caso de pacientes em leitos de enfermaria. A estimativa é de que o número de óbitos fique entre 35 mil e 38 mil até 30 de setembro, enquanto estará entre 960 mil e 1 milhão para os registros de casos.