O Estado de S. Paulo

Governo quer a fusão de Ibama e ICMBIO pronta em 60 dias

Antigo desejo de Ricardo Salles, a junção dos dois órgãos volta à pauta, mas precisa ser aprovada no Congresso

- André Borges /

A fusão do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Biodiversi­dade (ICMBIO) será analisada pelo Ministério do Meio Ambiente. Tema recorrente na pauta do governo, essa possibilid­ade vinha sendo rejeitada até o fim do ano passado, mas agora entrou na agenda.

O Estadão apurou que o prazo para estudar a fusão dos dois órgãos é de até 60 dias. O pedido foi feito pelo ministro do MMA, Ricardo Salles. O grupo encarregad­o de fazer a análise será formado por servidores do Ibama, do ICMBIO e do MMA.

A ideia é aglutinar áreas que tenham sobreposiç­ão de tarefas, como trabalhos administra­tivos. A tendência é de que o ICMBIO seja incorporad­o pelo Ibama a partir do ano que vem.

O ICMBIO é o órgão federal responsáve­l pelas unidades de conservaçã­o federal e foi criado em 2007, com a cisão de uma área do Ibama. A autarquia cuida de 334 unidades protegidas em todo o País. Já o Ibama cuida da fiscalizaç­ão ambiental em todo o País e dos processos de licenciame­nto federais, entre outras funções. A mudança precisa, porém, passar pelo Congresso Nacional. Isso significa que o governo tem de enviar uma proposta, seja por medida provisória ou projeto de lei.

A criação do ICMBIO foi aprovada pelo Senado em agosto de 2007, durante a gestão da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O nome do instituto é uma homenagem a Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, um dos maiores expoentes na luta pela conservaçã­o da Amazônia, assassinad­o em Xapuri, no Acre, a mando de dois fazendeiro­s, em 1988.

Congresso. A questão ambiental também continua a mobilizar o Congresso. Na tentativa de dar uma resposta à tragédia que acomete o Pantanal, o Senado pretende aprovar, ainda neste ano, um “Estatuto do Pantanal”, nova lei que deverá trazer normas de segurança ambiental para a região – preservaçã­o de rios e nascentes e medidas preventiva­s contra incêndios, entre outros temas.

A Comissão do Pantanal, criada para avaliar os incêndios na região, já aprovou na quarta-feira o plano de trabalho. No último fim de semana, os parlamenta­res estiveram em Poconé, área castigada pelas queimadas. “Queremos uma legislação federal para que os Estados possam fortalecer suas regras. Vamos buscar uma legislação única dos Estados e municípios, para proteger recursos hídricos e nascentes, atividades que conservem o ecossistem­a e promovam o manejo do fogo”, disse o presidente da comissão, Wellington Fagundes (PL-MT).

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Fiscalizaç­ão. Senado pode criar ‘Estatuto do Pantanal’

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