Amazônia: papa fala em situação ‘perigosa’
Em pronunciamento na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o papa Francisco citou a “perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas”. O líder da Igreja Católica fez um vídeo de 26 minutos, exibido na manhã de ontem, em que também falou sobre a desigualdade social do mundo e a pandemia.
“Penso também na perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas. Eles nos lembram que a crise ambiental está intimamente ligada a uma crise social e o cuidado com o meio ambiente exige uma aproximação integrada para combater a pobreza e a destruição”, afirmou o papa.
Ele também pediu que sejam reduzidas “as sanções internacionais que dificultam o apoio adequado dos Estados a suas populações”, embora não tenha mencionado nenhuma em particular. O papa solicitou que a ONU faça mais pela paz e responda “ao rápido aumento da desigualdade entre os super-ricos e os permanentemente pobres”, e lamentou o clima de desconfiança e a “erosão do multilateralismo” que prevalece nas sociedades.
Francisco considerou que a atual crise derivada da pandemia do coronavírus pode ser uma oportunidade real para a transformação dos atuais modos de vida e sistemas econômicos e sociais, diminuindo o fosso entre ricos e pobres. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que pode levar a uma “retirada defensiva com características individualistas e elitistas”.
O papa indicou que existem dois caminhos possíveis após a crise atual: um leva ao fortalecimento do multilateralismo, solidariedade e unidade; o outro “dá preferência a atitudes de autossuficiência, nacionalismo, protecionismo, individualismo e isolamento, deixando de fora os mais pobres, os mais vulneráveis”./