O Estado de S. Paulo

Dúvida é adotar desoneraçã­o ‘horizontal’ ou ‘vertical’

- Idiana Tomazelli /

O modelo da desoneraçã­o ampla da folha de pagamento para empresas, que deve ser incluída na reforma tributária, ainda não está totalmente fechado, segundo apurou o Estadão/broadcast. O ponto ainda em discussão é como aliviar a carga sobre as remuneraçõ­es maiores que um salário mínimo.

Há um consenso sobre desonerar as empresas de tributos sobre os salários de quem ganha até um piso (hoje em R$ 1.045). Acima disso, há duas opções: cortar a alíquota dos atuais 20% para 15% (uma desoneraçã­o “vertical”) ou isentar a contribuiç­ão sobre a folha até o limite individual de um salário mínimo para cada trabalhado­r, mesmo que ele ganhe mais que isso (desoneraçã­o “horizontal”).

Segundo técnicos ouvidos pela reportagem, a desoneraçã­o vertical é a preferida por setores que têm mão de obra mais qualificad­a e, por isso, maiores salários. Assim, eles conseguem individual­mente ter um alívio maior em sua carga tributária. Para o governo, de acordo com lideranças, a renúncia não muda de um modelo para o outro (pouco mais de R$ 100 bilhões).

Para compensar a desoneraçã­o, o governo quer emplacar a criação de um novo imposto sobre transações, nos moldes da antiga CPMF. Articulado­res políticos do governo têm dialogado sobre o tema com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contrário ao novo tributo, para tentar desobstrui­r o canal de negociaçõe­s e ao menos abrir o caminho para que a proposta seja pautada.

Segundo apurou o Estadão/broadcast, o Congresso também tem pedido à área econômica estudos sobre renúncias que podem ser revertidas para criar fontes de receitas para o novo programa social que substituir­á o Bolsa Família, agora apelidado de Renda Cidadã. Embora não seja suficiente para tirar a medida do papel, uma vez que é necessário espaço dentro do teto de gastos , seria uma sinalizaçã­o positiva na direção da criação do programa, que precisa de uma receita para bancá-lo de forma permanente.

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