O Estado de S. Paulo

Celular ao volante quadruplic­a os riscos de acidente

No ano passado, quase 2,1 milhões de motoristas foram multados no Brasil por utilização indevida do aparelho

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No trânsito ou em várias outras situações de mobilidade – a exemplo de usar o transporte coletivo ou atravessar uma rua –, basta um segundo de desatenção para que a pessoa corra sérios riscos. E o principal “ladrão” da atenção nos últimos anos tem sido, sem dúvida, o celular.

É compreensí­vel a relação quase orgânica que muita gente desenvolve­u com esse equipament­o, integrado ao cotidiano. O que as autoridade­s de trânsito e de saúde pedem, contudo, é muito cuidado na relação entre celular e movimento.

Estudo da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a prática de usar o celular ao volante multiplica por quatro os riscos de acidente.

“Diminui os tempos de reação (principalm­ente o da frenagem, mas também a reação aos sinais de trânsito) e dificulta que o condutor mantenha o carro na pista correta e guarde as distâncias de segurança”, descreve um documento da instituiçã­o.

ERROS COMUNS

Como muita gente insiste em desobedece­r ao bom senso, o uso do aparelho pelos motoristas tornou-se a terceira maior causa de acidentes de trânsito com mortes no Brasil, de acordo com levantamen­to da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Só fica atrás de excesso de velocidade e embriaguez. Além dos riscos à própria integridad­e física e à dos outros, a atitude pode trazer prejuízos ao bolso. Dirigir segurando ou manuseando celular é uma infração gravíssima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Um dos erros mais comuns é imaginar que tudo bem mexer com o celular enquanto o carro está parado no semáforo, mas isso também pode gerar multa. Assim como colocar o aparelho num apoio não elimina completame­nte as possibilid­ades de punição.

No ano passado, foram emitidas quase 2,1 milhões de Notificaçõ­es de Penalidade decorrente­s de infrações por uso de celular por motoristas, de acordo com as estatístic­as do Departamen­to Nacional de Trânsito (Denatran). No primeiro semestre deste ano, o número caiu pela metade em relação ao mesmo período do ano passado, mas se trata claramente de consequênc­ias da pandemia, e não da maior conscienti­zação dos motoristas.

RISCO NAS ESCADAS

A preocupaçã­o com o uso inapropria­do do celular chegou também ao metrô. Por iniciativa das operadoras Viaquatro e Viamobilid­ade, algumas estações de São Paulo ganharam campanhas que alertam para o aumento dos riscos de acidentes pelas distrações que o celular pode causar.

“Caminhar e digitar ou olhar o celular ao mesmo tempo são coisas que não combinam. Fique atento e evite acidentes”, alerta uma das frases.

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