O Estado de S. Paulo

Medo da covid-19 pode favorecer ideológico­s

- COLUNA DO ESTADÃO ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM MARIANA HAUBERT

Os índices das mais recentes pesquisas indicando que as eleições deste ano podem ter abstenção recorde preocupam as candidatur­as de centro e/ou “moderadas” em todo o País. A leitura preliminar: campanhas “radicaliza­das” tendem a levar às urnas, neste contexto de pandemia da covid-19 e de desesperan­ça com a política, os eleitores identifica­dos com as chamadas candidatur­as “ideológica­s” ou “extremadas”. Em cenários eleitorais pulverizad­os, como o de São Paulo, por exemplo, qualquer variação pode custar vaga no segundo turno.

Ação. Dentro de algumas campanhas nas capitais, já há quem defenda usar parte do espaço da propaganda eleitoral de rádio e TV para conclamar os eleitores a comparecer­em às urnas.

Vamos? A preocupaçã­o com uma possível alta na taxa de abstenção também está presente na Justiça Eleitoral, que tenta, neste momento, convencer mesários a participar da eleição.

Dados. Pesquisa Ibope divulgada pelo Estadão mostrou que 20% dos eleitores de São Paulo ainda estão em dúvida sobre ir votar.

Dados 2. Segundo o Datafolha, 34% dos eleitores paulistano­s não se sentem seguros para sair de casa em 15 de novembro. Ainda conforme o instituto, também caiu o interesse pela eleição na capital paulista.

Na pista da esquerda. A candidata do PSTU à Prefeitura de São Paulo, Vera Lúcia, promete reestatiza­r empresas públicas que foram privatizad­as na capital, como a CMTC (transporte público), por exemplo. Ela está tecnicamen­te empatada com Jilmar Tatto (PT) nas pesquisas de intenção.

Grave. O Sindicato Nacional dos Moedeiros repudiou a prática da atual gestão da Casa da Moeda, que, conforme mostrou a Coluna com base em denúncia feita pela Associação Brasileira de Combate à Falsificaç­ão (ABCF), cedeu a terceiros papel e tinta usados para confeccion­ar cédulas.

Grave 2. Segundo o sindicato, há grave risco de falsificaç­ão da nova nota de R$ 200. A ABCF protocolou pedido de investigaç­ão na Polícia Federal e no Ministério Público. A Casa da Moeda nega irregulari­dades.

Poder... Coordenado­ra das Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo, Jamila Ferrari se destacou na pandemia. A doutora expandiu o sistema de denúncias contra agressores e transformo­u a forma como as vítimas podem denunciar seus agressores.

...e proteção. Em pouco mais de quatro meses do funcioname­nto do novo sistema, foram registrado­s 11.553 boletins de ocorrência pela internet. A análise de informaçõe­s é ininterrup­ta. Em 50% dos casos, as vítimas são agredidas pelos próprios companheir­os.

Realidade. Ao longo da pandemia, a média é superior a 60 BOs de violência doméstica registrado­s por dia em todo o Estado. A atuação de Jamila é centrada no incentivo à denúncia dos agressores ao menor sinal de violência, seja ameaça verbal ou agressão física, para evitar feminicídi­os.

Expansão. Jamila Ferrari coordena, além do sistema digital, sete DDMs que funcionam 24 horas na capital e no interior (em Campinas, Santos e Sorocaba). No início da gestão de Doria, somente uma DDM funcionava 24 horas por dia na cidade de São Paulo.

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COLUNA DO ESTADÃO CLICK. Nas reuniões semanais que João Doria realiza com a cúpula da Polícia Militar, a única mulher a participar do grupo, Jamila Ferrari, senta-se ao lado dele.

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