MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Dar ênfase à gestão escolar
“Uma estratégia consistente para enfrentar o desafio de melhorar a aprendizagem com redução de desigualdades – tema que merece redobrada atenção dados os efeitos da pandemia – deve se ancorar em três ideias-força. Primeiro: fugir da busca por uma solução mágica. Em sistemas complexos, como o da educação, resultados substanciais surgem quando medidas estruturantes são avançadas simultaneamente e de maneira articulada. Mesmo quando bem formuladas isoladamente, o disparo de ações descoordenadas confunde as escolas e mina a efetividade de uma ação a nível de rede.
Segundo: engajar os atores implementadores. Uma visão sistêmica, por si só, não é suficiente. Melhorias significativas em escala se efetivam e se sustentam ao longo do tempo quando há considerável apropriação da agenda pelos professores. Não se trata aqui de assembleísmo, mas de engajar quem, de fato, implementa a política educacional. E terceiro: investir mais e melhor nas escolas com pior desempenho. Para reduzir a desigualdade, é preciso um esforço intencional. Em cenários mais desafiadores são necessárias ações que deem ainda mais ênfase à gestão escolar e que estimulem a ação coletiva dos professores em torno de um projeto de escola, com alto grau de contextualização à realidade local e apoio vigoroso das instâncias regionais.
Nas últimas décadas São Paulo intercalou momentos de muita consistência com períodos menos virtuosos. Urge fazer do acerto uma constante.”