O Estado de S. Paulo

Promotores do Rio indicam nomes próximos a Gussem em lista tríplice

Próximo procurador-geral do Estado vai conduzir investigaç­ões do caso da ‘rachadinha’ no gabinete de Flávio Bolsonaro

- Caio Sartori

O Ministério Público do Rio fechou ontem a lista tríplice da qual sairá o novo procurador­geral de Justiça. Responsáve­l direto pela investigaç­ão contra o senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-rj), já denunciado pela Promotoria, o novo chefe será escolhido pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), que é próximo à família do presidente Jair Bolsonaro. A definição se dará em janeiro.

Os três nomes mais votados pelos integrante­s do órgão foram, na ordem: o promotor Luciano Mattos, que teve 32%; a procurador­a Leila Machado Costa, com 29%; e o promotor Virgilio Stavridis, que ficou com 25%. Mattos e Stavridis são do grupo do atual procurador­geral, Eduardo Gussem.

Havia um candidato bolsonaris­ta assumido na disputa – o procurador Marcelo Rocha Monteiro –, mas ele tinha poucas chances de entrar na lista final. Ficou em quarto, com 8%, à frente apenas do procurador Ertulei Laureano, escolhido por 5%. Ao todo, 904 integrante­s do MP participar­am da eleição.

Ao contrário do que ocorre no caso da Procurador­ia-geral da República, a Constituiç­ão Estadual do Rio obriga o governador a escolher um dos três da lista tríplice. Ele pode, contudo, optar pelo segundo ou terceiro mais votado, sem a necessidad­e oficial de indicar o preferido dos eleitores. Castro tem evitado afirmar se irá ou não acolher a vontade da maioria do MP.

Luciano Mattos, o mais votado, tem 25 anos de carreira dentro do órgão – por três mandatos, presidiu a Associação do Ministério Público do Estado do Rio (Amperj). Leila é atual subprocura­dora de Planejamen­to Institucio­nal. Virgilio Stavridis trabalha hoje como chefe de gabinete do atual procurador-geral – ele tem 27 anos de casa – e já apareceu com Gussem em eventos.

Carlos. Além de herdar diretament­e de Gussem o caso de Flávio – denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organizaçã­o criminosa no processo das “rachadinha­s” –, o novo chefe do MP terá nas mãos, mesmo que indiretame­nte, outras investigaç­ões sensíveis. Uma delas, sob a alçada do Grupo de Atuação Especializ­ada no Combate à Corrupção (Gaecc), também envolve o clã presidenci­al: apura práticas parecidas com as de Flávio, mas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republican­os).

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FABIO MOTTA/ESTADÃO–8/1/2019 MP. Novo procurador-geral deverá ser conhecido em janeiro

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