O Estado de S. Paulo

No Santos, recorde no número de candidatos

Com seis chapas, pleito também será disputado hoje. Vencedor herdará série de problemas financeiro­s

- Leandro Silveira

Menos de um mês após a aprovação do impeachmen­t de José Carlos Peres, os sócios do Santos voltam às urnas hoje para definir o novo presidente, que vai gerir o clube entre 2021 e 2023. E o que não falta são opções: são seis candidatos ao cargo ocupado interiname­nte por Orlando Rollo e de quem o vencedor herdará o posto em uma equipe com problemas financeiro­s e dividida politicame­nte.

A eleição santista é marcada por alguns recordes, sendo o principal deles o número de participan­tes. Se até 2011 o clube costumeira­mente se dividia entre duas chapas, o número cresceu para cinco em 2014, caiu para quatro em 2017 e chegou aos seis em 2020. São eles: Fernando Silva (O Santos pode mais), Milton Teixeira Filho (Tradição e Inovação), Ricardo Agostinho (Transforma, Santos), Andrés Rueda (União pelo Santos), Rodrigo Marino (Renova Santos) e Daniel Curi (Santos da Virada).

A divisão política no clube ficou exposta logo após a última eleição. Vencedores do pleito, o presidente José Carlos Peres e o vice Orlando Rollo se desentende­ram quase após a saída do resultado das urnas. E a crise prevaleceu na gestão de Peres, que enfrentou dois processos de impeachmen­t – os sócios mantiveram o seu mandato no primeiro, mas optaram pela sua saída em 22 de novembro.

Agora, então, o clube volta às urnas com seis candidatos que, inclusive, já estiveram do mesmo lado em eleições recentes. Em 2017, por exemplo, Andrés Rueda, um dos candidatos derrotados por Peres, teve o apoio de Fernando Silva e Rodrigo Marino. Foi uma “retribuiçã­o” do que havia acontecido três anos antes, quando Silva, que perdeu para Modesto Roma, tinha Rueda ao seu lado na campanha. E Reinaldo Guerreiro, hoje vice da chapa de Fernando, disputou a eleição de 2011 contra Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o Laor.

Rueda e Fernando, aliás, são os participan­tes com maior atividade política, mas não os únicos. Fernando, por exemplo, foi consultor da gestão de Laor em 2010 e 2011. Já Rueda chegou a fazer parte do Comitê de Gestão

durante parte do mandato de Modesto Roma Jr., assim como Rodrigo Marino, e de Peres.

A votação ocorrerá das 10h às 18h, com a apuração sendo iniciada na sequência. O vencedor, além de lidar com as dívidas do Santos, terá de tomar outras decisões importante­s: melhorar o desempenho esportivo das divisões de base, definir a possibilid­ade de reformar a Vila Belmiro ou construir um novo estádio e tomar decisões administra­tivas e patrimonia­is.

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ERNESTO GUERRA AZEVEDO/SANTOS FC-29/9/2020 Interino. Orlando Rollo assumiu a presidênci­a após o impeachmen­t de José Carlos Peres

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