O Estado de S. Paulo

Robinho para amigo: ‘volta para o Brasil para não ficar em cana’

Em gravação, atacante usa termos depreciati­vos e ri ao falar sobre caso de estupro em que foi condenado

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Novas conversas telefônica­s de Robinho com um amigo, gravadas com autorizaçã­o judicial, foram divulgadas ontem. O jogador usa expressões jocosas e depreciati­vas ao comentar sobre o caso de estupro coletivo pelo qual foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Apelo de Milão, na Itália, na última quinta-feira, confirmand­o decisão em primeiro grau da Justiça italiana, proferida em 2017.

No diálogo revelado pelo UOL Esporte, Robinho ri ao detalhar os acontecime­ntos do dia em que teria participad­o de estupro coletivo contra uma mulher de origem albanesa, em uma boate de Milão. O episódio é de 2013. As conversas teriam ocorrido em 2014, um ano depois de ter sido acusado.

As conversas, anexadas ao processo no dia 18 de novembro pela defesa do jogador brasileiro, que alega que ele é inocente, mostram que Robinho teria aconselhad­o o amigo Ricardo Falco, que também teve sua pena a nove anos de prisão confirmada pelo Tribunal de Milão na última quinta-feira, a “retornar ao Brasil para não ser preso” em solo italiano.

“Cara, você quer um conselho? Não vai nem lá, volta pro Brasil, pelo menos tu não fica em cana (risos)”, comentou o atacante com um amigo, cujo nome foi suprimido. “Se os caras mandarem eu ir lá depor, vai ser f..., vou falar o que pra minha nega? Vou lá depor pra quê? Oito cara rangaram a mina... Ó que fase que eu tô”, teria dito o atacante em outra parte da conversa intercepta­da.

A sentença de nove anos de prisão foi referendad­a pelo Tribunal de Apelo de Milão, que não considerou procedente­s os argumentos da defesa. Dessa forma, o atacante fica mais perto de ser apontado como culpado no caso de estupro coletivo, mas os advogados do atleta já informaram que vão recorrer à Suprema Corte de Cassação, a terceira e última instância da Justiça da Itália. Ele e Falco aguardam a decisão definitiva em liberdade, no Brasil. Ambos não comparecer­am ao tribunal.

No processo, Robinho diz não ter mantido relação de penetração com a mulher, e afirma que teria apenas recebido sexo oral dela. Ao telefone com um colega, Robinho confirma que viu os amigos com a mulher e faz uso de termos grosseiros ao detalhar o ato naquela noite há sete anos.

Investigaç­ão.

De acordo com a Justiça da Itália, Robinho e outros cinco amigos teriam estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Robinho e Ricardo Falco foram condenados e os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigaç­ão. Por isso a participaç­ão deles no ato é alvo de outro processo.

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IVAN STORTI / SANTOS FC–13/10/2020 Defesa. Robinho alega inocência e vai recorrer novamente

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