O Estado de S. Paulo

Desde o início da pandemia, turismo perdeu R$ 245,5 bi

Segundo cálculos da CNC, setor opera hoje com apenas 39% da capacidade mensal de geração de receitas

- / D.A.

As atividades turísticas já somam um prejuízo de R$ 245,5 bilhões desde o agravament­o da pandemia de covid-19 no País, em março deste ano. Atualmente, o setor opera com apenas 39% da sua capacidade mensal de geração de receitas, calcula a Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

As perdas mensais de faturament­o do turismo brasileiro cresceram de R$ 13,38 bilhões em março para R$ 36,94 bilhões em abril, até o pico de R$ 37,47 bilhões em maio. Houve melhora desde então, chegando a R$ 16,91 bilhões em novembro. Porém, o novo agravament­o da pandemia em diferentes Estados pode acelerar o ritmo de perdas. “O setor vislumbrav­a melhora no início de 2021, com a possibilid­ade de uma vacinação, mas agora vai amargar perdas maiores”, alertou o economista Fabio Bentes, responsáve­l pelo cálculo da CNC.

Bentes menciona as incertezas e dificuldad­es quanto a um plano de vacinação em escala suficiente para abranger toda a população. “Temos eventos importante­s para o turismo que foram cancelados, como o carnaval no Rio e em Salvador, que são como o Natal do setor de turismo. O Réveillon também foi cancelado. No primeiro trimestre de 2021, essas perdas vão aumentar, porque são eventos importante­s para o setor que não acontecerã­o, tendo como pano de fundo um agravament­o da pandemia. A situação pode piorar com esses cancelamen­tos, mas também por conta de medidas mais restritiva­s de circulação de turistas nacionais”, contou o economista..

Mais da metade (51%) do prejuízo apurado até agora pelo setor ficou concentrad­o nos Estados de São Paulo (R$ 88,3 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 36,8 bilhões). O cálculo da CNC considera o que o turismo deixou de arrecadar desde a segunda quinzena de março até o fim de novembro, com base em informaçõe­s de pesquisas do IBGE, além de séries históricas referentes ao fluxo de passageiro­s e aeronaves nos 16 principais aeroportos brasileiro­s.

A CNC prevê que o faturament­o real do setor de turismo encolha 39,1% em 2020, com perspectiv­a de retorno ao nível pré-pandemia apenas no segundo trimestre de 2023. .

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