O Estado de S. Paulo

Turquia diz que Coronavac tem eficácia de 91,25%

Pesquisado­res dizem que taxa ainda pode subir. Dados dos estudos da vacina no Brasil não foram divulgados

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A Turquia anunciou ontem que a vacina Coronavac apresentou eficácia de 91,25%. Segundo a imprensa local, o governo afirmou que o imunizante chinês deve chegar ao país na segunda-feira. A Turquia pretende comprar 50 milhões de doses. Na quarta-feira, o governo de São Paulo disse que a Coronavac atingiu o limiar da eficácia, mas não divulgou dados.

A vacina contra a covid-19 desenvolvi­da pela biotech chinesa Sinovac apresentou eficácia de 91,25% e a taxa pode aumentar a depender dos dados finais dos testes, informaram pesquisado­res turcos ontem. A Turquia é o segundo país a obter resultados da Coronavac. Anteontem, autoridade­s brasileira­s disseram que a vacina atingiu o limiar da eficácia, mas os dados não foram divulgados.

Os pesquisado­res turcos, integrante­s de um conselho científico governamen­tal, disseram que nenhum grande sintoma foi detectado durante os testes no país, com a exceção de uma pessoa que apresentou reação alérgica.

A Turquia havia acordado a aquisição de 50 milhões de doses da Coronavac até o dia 11 de dezembro, mas a entrega atrasou. O ministro da Saúde, Fahrettin Koca, disse que as vacinas chegarão ao país na próxima segunda-feira e serão usadas na imunização de 9 milhões de pessoas do primeiro grupo prioritári­o, começando por profission­ais de saúde. “Recebemos a boa notícia de que a vacina será eficaz. Agora é a hora de nos protegermo­s melhor, até que possamos ser infundidos e fazer efeito”, disse o ministro.

No Brasil, a taxa de eficácia da Coronavac ainda não é conhecida. Anteontem, o governo de São Paulo e o Instituto Butantã, que desenvolve a vacina em parceria com a Sinovac, adiaram a divulgação pela quarta vez. As autoridade­s locais disseram que a vacina atingiu o mínimo exigido, mas a porcentage­m ainda não é conhecida publicamen­te.

O Instituto Butantã informou que a Sinovac requisitou os dados dos testes no Brasil para análises, com um novo prazo de 15 dias. Os testes de fase 3 da Coronavac eram realizados simultanea­mente no Brasil, Turquia e

Indonésia. Representa­ntes do governo paulista argumentar­am que os dados de eficácia verificado­s entre os voluntário­s brasileiro­s foram diferentes dos vistos nos outros países onde a vacina estava sendo testada.

Os dados divulgados, ainda que incompleto­s, trouxeram alívio para cientistas e frustração para a ala política do governo João Doria (PSDB).

Lote. O governo do Estado de São Paulo recebeu na manhã de ontem 5,5 milhões de doses da Coronava. Trata-se do maior lote recebido até o momento. O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchtey­n, e o presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, acompanhar­am a chegada do quarto lote vindo da China. O avião pousou no Aeroporto Internacio­nal de Viracopos, em Campinas, às 5h30 da manhã.

A carga é composta por 2,1 milhões de doses já prontas para aplicação e mais 2,1 mil litros de insumos para fabricação de outras 3,4 milhões de doses. A previsão é que dois novos lotes sejam entregues nos dias 28 e 30 deste mês.

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