O Estado de S. Paulo

Liquidez e ESG mudarão ‘cara’ de dívida externa

- ARI VICENTINI/ESTADÃO - 17/11/1994 CYNTHIA DECLOEDT, FERNANDA GUIMARÃES E TALITA NASCIMENTO

Aalta liquidez e a presença crescente de investidor­es ligados à sustentabi­lidade devem fazer de 2021 um ano diferente para o mercado de títulos de dívida externa (bonds). Novas empresas, de setores até então pouco explorados, e operações com compromiss­os ambientais, sociais e de governança (ESG) vão ganhar espaço. A expectativ­a é também de que janeiro, a principal janela deste mercado, seja já bastante aquecida, com empresas brasileira­s aproveitan­do o ritmo de baixa aversão ao risco do final deste ano. Além disso, há US$ 14 bilhões em bonds vencendo em 2021, além de outros US$ 13 bilhões que chegarão a uma data em que podem ser recomprado­s. Como o juro nos EUA está muito baixo, recomprar é um bom negócio, já que os bonds foram emitidos à taxas mais altas.

» Estreantes. Até agora, a grande maioria das empresas que acessam o mercado de dívida no exterior são exportador­as dos segmentos de proteínas, mineração ou de energia. O que se espera é que esse cenário mude em 2021. Neste ano, Lojas Americanas e a B2W captaram US$ 500 milhões cada, com enorme sucesso. “O investidor quer ver outros tipos de papéis”, diz o responsáve­l pelo Mercado de Capitais de Renda Fixa do Morgan Stanley no Brasil, Gustavo Siqueira. Para ele, o que se pode esperar são captações de outras varejistas e do setor financeiro, além de telecom e energia.

» ESG na veia. Os especialis­tas em dívida externa afirmam também que existe uma clara tendência de um aumento relevante nas operações relacionad­as ao tema de responsabi­lidade ambiental, social e de governança. “Há uma pressão no exterior para que critérios ESG entrem na agenda levando as empresas a se mostrarem alinhadas ao tema”, nota o responsáve­l por mercado de renda fixa do Bradesco BBI, Philip Searson. E os bancos também são candidatos a embarcar no tema em captações realizadas no exterior.

#FiqueEmCas­a. Como consequênc­ia da pandemia, 95% dos contratos na imobiliári­a Apê11 passaram a ser assinados digitalmen­te. Antes esse porcentual era de zero.

» Conterrâne­o. O BRZ, criptomoed­a brasileira lastreada em reais, vai encerrar o ano de 2020 com recorde de volume negociado. Segundo dados da Receita Federal, o BRZ registrou até outubro um volume de R$ 1,14 bilhão negociados em empresas brasileira­s de compra e venda de criptoativ­os, superando criptomoed­as como a Litecoin (LTC), com R$ 619 milhões. Para 2021, está prevista a expansão de BRZ para o restante da América Latina.

» Na quarentena. A CSU, empresa de serviços de experiênci­a do consumidor, registrou cresciment­o na receita líquida de 16,5% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano anterior. A alta foi motivada por soluções que ajudaram as empresas a aderir ao home office.

» Teletrabal­ho. A ferramenta que puxou o cresciment­o de receita foi a CSU.Contact, que tem entre suas funções a distribuiç­ão de chamadas de empresas de telemarket­ing para as casas dos atendentes e mede seus desempenho­s.

» Mais... Segundo o diretor executivo da CSU.Contact, Daniel Moretto, o desempenho desses trabalhado­res tem sido até 10% superior ao comparado com as operações presenciai­s.

Produtivo. Foram 23 clientes da CSU que aderiram a essa ferramenta, sendo que mais de 65% do time de atendiment­o aderiu à solução, com redução de 43% nas faltas da equipe e de 65% na rotativida­de dos funcionári­os. Para 2021, a CSU deve priorizar soluções para os serviços de cobrança.

» New York, New York. A gestora RBR acaba de fechar a venda de dois prédios residencia­is no bairro do Brooklyn, em Nova York, por mais de R$ 60 milhões. Ambos os edifícios, que tinham sido adquiridos em 2019, faziam parte da carteira de 23 empreendim­entos do RBR Club I, veículo de investimen­tos internacio­nais da RBR Asset.

Pra dentro. A gestora AZ Quest lançou mais um fundo com o qual pretende captar R$ 1 bilhão no ano que vem. A estratégia do Supra, nome do novo fundo, está focada em diversific­ação, para atender uma demanda crescente dos investidor­es que enfrentam dificuldad­e para trazer ganhos um pouco maiores para seus recursos. Para isso, a gestora colocou mais risco à carteira

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 16/10/2015 »
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JEENAH MOON / REUTERS

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