Liquidez e ESG mudarão ‘cara’ de dívida externa
Aalta liquidez e a presença crescente de investidores ligados à sustentabilidade devem fazer de 2021 um ano diferente para o mercado de títulos de dívida externa (bonds). Novas empresas, de setores até então pouco explorados, e operações com compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG) vão ganhar espaço. A expectativa é também de que janeiro, a principal janela deste mercado, seja já bastante aquecida, com empresas brasileiras aproveitando o ritmo de baixa aversão ao risco do final deste ano. Além disso, há US$ 14 bilhões em bonds vencendo em 2021, além de outros US$ 13 bilhões que chegarão a uma data em que podem ser recomprados. Como o juro nos EUA está muito baixo, recomprar é um bom negócio, já que os bonds foram emitidos à taxas mais altas.
» Estreantes. Até agora, a grande maioria das empresas que acessam o mercado de dívida no exterior são exportadoras dos segmentos de proteínas, mineração ou de energia. O que se espera é que esse cenário mude em 2021. Neste ano, Lojas Americanas e a B2W captaram US$ 500 milhões cada, com enorme sucesso. “O investidor quer ver outros tipos de papéis”, diz o responsável pelo Mercado de Capitais de Renda Fixa do Morgan Stanley no Brasil, Gustavo Siqueira. Para ele, o que se pode esperar são captações de outras varejistas e do setor financeiro, além de telecom e energia.
» ESG na veia. Os especialistas em dívida externa afirmam também que existe uma clara tendência de um aumento relevante nas operações relacionadas ao tema de responsabilidade ambiental, social e de governança. “Há uma pressão no exterior para que critérios ESG entrem na agenda levando as empresas a se mostrarem alinhadas ao tema”, nota o responsável por mercado de renda fixa do Bradesco BBI, Philip Searson. E os bancos também são candidatos a embarcar no tema em captações realizadas no exterior.
#FiqueEmCasa. Como consequência da pandemia, 95% dos contratos na imobiliária Apê11 passaram a ser assinados digitalmente. Antes esse porcentual era de zero.
» Conterrâneo. O BRZ, criptomoeda brasileira lastreada em reais, vai encerrar o ano de 2020 com recorde de volume negociado. Segundo dados da Receita Federal, o BRZ registrou até outubro um volume de R$ 1,14 bilhão negociados em empresas brasileiras de compra e venda de criptoativos, superando criptomoedas como a Litecoin (LTC), com R$ 619 milhões. Para 2021, está prevista a expansão de BRZ para o restante da América Latina.
» Na quarentena. A CSU, empresa de serviços de experiência do consumidor, registrou crescimento na receita líquida de 16,5% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano anterior. A alta foi motivada por soluções que ajudaram as empresas a aderir ao home office.
» Teletrabalho. A ferramenta que puxou o crescimento de receita foi a CSU.Contact, que tem entre suas funções a distribuição de chamadas de empresas de telemarketing para as casas dos atendentes e mede seus desempenhos.
» Mais... Segundo o diretor executivo da CSU.Contact, Daniel Moretto, o desempenho desses trabalhadores tem sido até 10% superior ao comparado com as operações presenciais.
Produtivo. Foram 23 clientes da CSU que aderiram a essa ferramenta, sendo que mais de 65% do time de atendimento aderiu à solução, com redução de 43% nas faltas da equipe e de 65% na rotatividade dos funcionários. Para 2021, a CSU deve priorizar soluções para os serviços de cobrança.
» New York, New York. A gestora RBR acaba de fechar a venda de dois prédios residenciais no bairro do Brooklyn, em Nova York, por mais de R$ 60 milhões. Ambos os edifícios, que tinham sido adquiridos em 2019, faziam parte da carteira de 23 empreendimentos do RBR Club I, veículo de investimentos internacionais da RBR Asset.
Pra dentro. A gestora AZ Quest lançou mais um fundo com o qual pretende captar R$ 1 bilhão no ano que vem. A estratégia do Supra, nome do novo fundo, está focada em diversificação, para atender uma demanda crescente dos investidores que enfrentam dificuldade para trazer ganhos um pouco maiores para seus recursos. Para isso, a gestora colocou mais risco à carteira