Definição do Brasileiro fica para 5ª feira
Time de Rogério Ceni vence por 2 a 1, em jogo com expulsão contestada; ‘Fomos surrupiados’, diz cartola da equipe gaúcha
De virada, e com direito a uma mais do que controversa expulsão do lateral escalado por R$ 1 milhão pelo árbitro Raphael Claus, o Flamengo bateu o Internacional por 2 a 1 no Maracanã, assumiu a liderança do Brasileirão e agora só depende de si para conquistar mais um Brasileirão, o segundo em sequência.
Com o resultado, a definição do campeão brasileiro ficou para a próxima quinta-feira, quando o Inter receberá o Corinthians, no Beira-rio, e o Flamengo terá pela frente o São Paulo, no Morumbi.
Os dirigentes do Inter estavam inconformados após a partida. João Patrício Hermann, vice de futebol, afirmou que irá à CBF para reclamar formalmente da arbitragem.
“Quem estava aqui no estádio viu uma das maiores vergonhas dos últimos tempos. O Inter foi surrupiado. O árbitro mudou o critério que estava adotando nos últimos jogos. Está rolando na internet. É uma vergonha. Os jogadores do Flamengo
disseram aos nossos. O Filipe Luís disse que não era para vermelho”, disse o dirigente. “Amanhã vamos à CBF. Ficaremos mais atentos. Tivemos um sinal muito grande contra o Vasco. O presidente chamou atenção do público e hoje fomos prejudicados de uma forma absurda”, completou Hermann.
O caráter decisivo do jogo fez com que a torcida do Flamengo ignorasse a pandemia e fosse em grande número para os arredores do estádio, muitos sem máscaras. Em campo, mais do que colocar frente a frente os dois melhores times do campeonato, o duelo deste domingo foi uma espécie de tira-teima. No primeiro turno, o confronto entre cariocas e gaúchos no Beirario terminou com um empate naquele que foi considerado o melhor jogo do Brasileirão. É verdade que os estilos de jogo mudaram muito daquela partida para essa – os dois times mudaram de treinador ao mesmo tempo –, mas o equilíbrio nos números se manteve.
E tanto Flamengo quanto Inter jogaram da forma como se esperava. Enquanto o time rubro-negro apostava em povoar o campo de ataque e se escorar nas investidas insinuantes de Gabriel Barbosa e Everton Ribeiro, a equipe gaúcha se protegia com segurança em sua defesa à espera do erro adversário.
O erro veio logo aos 10. Yuri Alberto recebeu dentro da área e foi puxado por Gustavo Henrique, o zagueiro escalado de última hora pra suprir a ausência do lesionado Willian Arão. Raphael Claus assinalou o pênalti, convertido por Edenilson.
O gol não abalou o Flamengo. O time se manteve com mais volume de jogo e pressionando no campo de ataque. E essa insistência, somada ao único erro de posicionamento defensivo do Inter no primeiro tempo, resultou no gol de empate. Aos 28, Bruno Henrique avançou área adentro pela esquerda e zaga colorada não viu a chegada de Arrascaeta, que chutou cruzado.
A “decisão” ficaria ainda mais favorável ao Flamengo logo aos três minutos do segundo tempo. Rodinei, o lateral que custou R$ 1 milhão em multa contratual para entrar em campo, atingiu Filipe Luís em uma dividida e foi expulso – dessa vez, com intervenção do VAR (Árbitro de Vídeo), para a indignação dos jogadores e da comissão técnica do Internacional.
O lance fez o técnico Rogério Ceni ousar. Ele tirou Isla da lateral direita para colocar Pedro no ataque. Abel fez caminho inverso: tirou Praxedes, um meia mais ofensivo, para recompor o lado direito com Heitor.
Mais do que ficar com um a mais, a saída de Rodinei atrapalhou os planos de Abel, que tinha no lateral o marcador implacável de Bruno Henrique. E foi novamente ele quem construiu a jogada da virada, que culminou com gol de Gabriel após assistência de Arrascaeta.
A vantagem numérica no placar e entre os jogadores no campo foi suficiente para o Flamengo levar a vitória até o fim. Nos acréscimos, Pedro teve um anulado e Bruno Henrique perdeu outro com o gol vazio. A rede não balançou mais. Para o Flamengo, nem precisava.