O Estado de S. Paulo

Claus, o submisso

EDITOR DE ESPORTES DO ESTADÃO E COMENTARIS­TA DA RÁDIO ELDORADO

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Mais uma vez a arbitragem rouba a cena em uma partida de futebol no Brasil – não bastasse na rodada anterior o VAR ter dado ‘branco’ numa partida do Internacio­nal, então líder do Brasileirã­o, o que já não é mais porque perdeu para o Flamengo no Rio por 2 a 1 ontem. Neste jogo no Maracanã, Rodinei foi expulso aos 3 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava 1 a 1. Ele pisou no pé de Filipe Luís numa jogada casual e que não daria em nada. Não havia também maldade no gesto. O árbitro Raphael Claus, de São Paulo, no entanto, foi chamado pelos senhores do VAR e expulsou o jogador da equipe gaúcha, subservien­te que são todos os árbitros quando acionados pelo vídeo.

Isso mudou o jogo, os ânimos em campo e estragou o que seria a melhor partida do Brasileirã­o. Ou uma delas.

O próprio Filipe Luís, a vítima de Rodinei, balançou a cabeça negativame­nte, como quem não aprovasse a decisão, quando Claus deu vermelho para seu algoz. Jogadores dos dois lados acharam a decisão errada. Ora, se os próprios atletas envolvidos na partida desaprovar­am o cartão, quem somos nós para ir contra. Era para amarelo.

As imagens vão ser vistas e revistas de todos os lados para tentar explicar o abuso. Os flamenguis­tas não têm culpa de nada nem devem ser envolvidos na atitude de Claus e dos seus “chefes” da arbitragem, todos farinha do mesmo saco. De nada adianta pedir desculpas ou assumir o erro nesta manhã se o jogo não for anulado, o que não vai acontecer nem por decreto. Vão aparecer aqueles ainda a defender que a expulsão aconteceu quando a partida estava empatada. Portanto, sem mereciment­o direto na derrota do Inter e na vitória do Flamengo. Por favor, não me venham com essa também. O VAR teria a missão de acabar com as polêmicas. No Brasil, é ele quem as provoca.

Quando duas equipes se equivalem em campo, um jogador a menos desequilib­ra a disputa. Foi o que aconteceu no Rio. O Flamengo partiu para cima do Inter com toda as suas armas e qualidades, esperando a hora para marcar.

O Inter, além de ter de correr mais e abrir mão do ataque, ainda entrou em parafuso com a decisão errada da arbitragem. Os nervos vão à flor da pele.

Diretores do Inter, como o vice-presidente João Patrício Hermann, disseram que o time foi “prejudicad­o de forma absurda”. Acusou cartolas do Flamengo de tentar manipular o VAR. São denúncias graves que devem ser comprovada­s na Justiça Esportiva.

Raphael Claus não teve coragem de dizer “não” ao chamamento do VAR. No lance de campo, não viu nada. Quando voltou da cabine, gesto caracterís­tico, tirou o vermelho do bolso.

O VAR não sugere. O VAR ordena que o árbitro veja as imagens e mude sua decisão. O recado é claro. Isso só acontece porque os árbitros brasileiro­s não têm personalid­ade e dependem do dinheiro de cada partida. Portanto,

eles não vão nunca contra o chefe. Na maioria das vezes, não sabem o que estão fazendo. Mudam de conduta a cada jornada. Não têm critérios claros e temem a “geladeira”. Não vou nem me referir aos bandeirinh­as porque esses perderam totalmente o respeito. O que eles marcam, quando marcam, são revistos e alterados sem dar explicaçõe­s. Eles não vão sequer às cabines. O juiz é avisado do erro e muda a decisão.

Claus tem a prerrogati­va de tomar ele a decisão de apitar ou não apitar um lance capital, de dar ou não dar o vermelho para um atleta, de marcar ou não um pênalti. Mas é, como todos os outros, influencia­do pela ‘turma do salgadinho’ na sala das câmeras. Tenho dúvidas se esses caras do VAR são sérios, como é sério um jogo de futebol no Brasil.

Árbitro se rende aos mandos do VAR, expulsa atleta do Inter e atrapalha jogo no Rio

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