Zoo é concedido por 30 anos e R$ 111 mi
Consórcio cuidará também do Jardim Botânico e do Zoo Safári; contrato prevê transporte motorizado interno e estacionamento maior
O consórcio Reserva Paulista venceu a concessão do Zoológico, do Zoo Safári e do Jardim Botânico de SP por 30 anos, com proposta de R$ 111,5 milhões e investimento mínimo de R$ 369,5 milhões.
O consórcio Reserva Paulista fez a oferta vencedora para a concessão do Zoológico, do Zoo Safári e do Jardim Botânico, na zona sul de São Paulo, por 30 anos. A proposta foi de R$ 111,5 milhões, a ser complementada ao longo do contrato pelo pagamento de 15% das receitas acessórias e outros itens, com investimento mínimo (Capex) de R$ 369,5 milhões.
O consórcio é encabeçado pelo Grupo Turita, que inclui a FBS Construtora. A oferta mínima de outorga fixa era de R$ 48 milhões. Além do consórcio vencedor, a Cataratas do Iguaçu S/A também fez uma proposta, de R$ 82 milhões. A abertura dos envelopes foi feita ontem, na sede da B3.
Entre os novos usos possíveis para a área comercial estão a implementação de biblioteca, cafeteria, cinema 4D, sorveteria, lojas temáticas, arena, comércio de mudas e espaços de eventos e oficinas. A concessão propõe até a instalação de um sistema de teleféricos e a adoção de um palco ao ar livre.
A concessionária será responsável pela infraestrutura, operação, conservação, manejo e gestão dos espaços, além de fomentar a pesquisa. A expectativa é de que o público mais do que dobre em 30 anos, chegando a 2,6 milhões de visitantes anuais no Zoológico e a 318 mil no Jardim Botânico.
Segundo o governador João Doria (PSDB), a concessão trará um retorno de R$ 4 bilhões em 30 anos. Ele voltou a destacar o alinhamento de sua gestão ao liberalismo: “Onde for possível, o setor privado que vai operar”, disse, lembrando que ainda este ano haverá outras três concessões de parques na B3. O representante do consórcio, Cesar Kalil, celebrou o resultado. “A iniciativa tem muito interesse nesse projeto e acredita que São Paulo tem um potencial enorme para e ter um zoológico de ponta.”
A concessão foi liberada pela Assembleia Legislativa em 2019 em meio a protestos da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado (APQC), a qual teme que o Instituto de Botânica, situado na área a ser concedida, perca a autonomia administrativa. Questionado em coletiva sobre as críticas, o secretário estadual de Meio Ambiente, Marcos Penido, disse que as pesquisas no local continuarão com suporte do governo estadual e serão “ainda mais reforçadas” por estudos feitos pela concessionária.
A concessão libera a exploração comercial de uma área de cerca de cem hectares, o que representa cerca de 22% do Parque Estadual Fontes do Ipiranga, onde o espaço concedido está localizado. Ela inclui também uma área de 542 hectares conhecida como “Fazenda” – que fica entre Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Salto de Pirapora – para uso do Zoo.
Oito metas. Entre as mudanças obrigatórias, pelo contrato, estão: criação de uma conexão interna e a implementação de um serviço de transporte motorizado entre o Jardim Botânico e o Zoológico, além de ampliação do estacionamento; reforma da atual ou entrega de nova base da Polícia Militar; instalação de mecanismos para evitar mortes de animais silvestres do parque por choque e atropelamento; criação de plano de emergência contra incêndios; venda de ingressos pela internet; oferta de cota mensal de 40 horas para realização de eventos públicos; ampliação de 32% para 50% o porcentual de espécies ameaçadas e de 68% para 80% o de nativas no plantel do Zoológico; e ampliação de hospital veterinário.