O Estado de S. Paulo

Compra está no âmbito federal

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1.

O Brasil já vai usar o imunizante da Pfizer?

Por enquanto, não. Apesar de ter se tornado a primeira vacina aprovada pela Anvisa para uso definitivo no País, o governo ainda negocia a compra. A proposta mais recente é de 100 milhões de doses, sendo que as primeiras 8,71 milhões seriam entregues até julho.

2.

O que falta?

Comprar as vacinas. Há divergênci­as entre o governo federal e a farmacêuti­ca americana em relação a cláusulas impostas pela farmacêuti­ca para concretiza­r a venda, segundo a gestão Jair Bolsonaro, como a previsão de que a União assuma riscos e custos de efeitos colaterais dos produtos. O governo Jair Bolsonaro contrariou órgãos técnicos e excluiu da versão final um trecho da Medida Provisória 1.026/2021 que poderia facilitar a compra.

3.

O Ministério da Saúde concorda com o presidente?

A pasta divulgou uma nota em janeiro criticando a proposta inicial da Pfizer para o governo brasileiro, que envolvia 2 milhões de doses no primeiro trimestre deste ano. Segundo o ministério, a aquisição de número restrito de doses funcionari­a mais como uma “conquista de marketing” para a fabricante, mas seria uma “frustração” para os brasileiro­s. Mas, em uma ação rara, o Ministério da Saúde resolveu solicitar de forma pública ao Palácio do Planalto um auxílio para a compra de novas vacinas. Como as propostas apresentad­as pela Pfizer e Janssen vão além de sua capacidade de prosseguir as negociaçõe­s para contrataçã­o, a pasta recorreu à Casa Civil.

4.

A compra, então, depende do governo federal?

Por enquanto, sim. Mas outros atores políticos já estão se movimentan­do para acelerar a compra. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEMMG), apresentou projeto de lei para permitir que União, Estados e municípios possam assumir riscos referentes à responsabi­lidade civil de eventuais eventos adversos e autorizar o setor privado a comprar doses do imunizante. O texto também autoriza empresas privadas a comprarem doses dos laboratóri­os. As empresas, porém, deverão doar os produtos integralme­nte para o Sistema Único de Saúde

5.

Estados e municípios podem comprar da Pfizer?

Ainda não. Mas, diante da demora da União em enviar vacinas, um grupo de governador­es anunciou que tentará realizar a compra dos imunizante­s diretament­e com os laboratóri­os. O governador do Piauí,

Wellington Dias (PT), disse contar com apoio de outros 22 governador­es.

6.

E a rede privada?

Com o registro definitivo, laboratóri­os particular­es podem, em tese, adquirir o imunizante. Mas, por ora, não está nos planos da Pfizer vender à iniciativa privada ou até mesmo a prefeitos e governador­es. Segundo representa­ntes da empresa, as chances são mínimas. Além disso, as doses estão sendo disputadas por diversos países e a companhia mira contratos de larga escala.

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