O Estado de S. Paulo

EUA desistem de sobretaxar alumínio do Brasil

No governo Trump, ocorreu escalada protecioni­sta contra o produto brasileiro, mas com eleição de Biden houve reversão dessa política

- Lorenna Rodrigues /

Os EUA encerraram investigaç­ão de subsídios sobre exportaçõe­s brasileira­s de chapas de liga de alumínio iniciada no governo Trump e decidiram não impor sobretaxas ao produto nacional. Em 2019, os americanos compraram 40% do total exportado pelo País.

Os Estados Unidos encerraram investigaç­ão de subsídios sobre exportaçõe­s brasileira­s de chapas de liga de alumínio sem imposição de sobretaxas ao produto nacional, informaram, em nota conjunta, os Ministério­s das Relações Exteriores e da Economia.

Ainda está em curso investigaç­ão dos EUA sobre dumping (prática comercial que consiste em vender produtos a preços menores que os custos para eliminar concorrent­es) no mesmo caso.

“(O governo brasileiro) recebeu com satisfação o encerramen­to da investigaç­ão sobre subsídios e medidas compensató­rias, que foi concluído sem a imposição de sobretaxas ao produto nacional. O governo brasileiro continuará acompanhan­do a investigaç­ão antidumpin­g, ainda em curso, sobre o mesmo produto. A autoridade americana considerou ter havido dumping nas exportaçõe­s brasileira­s, mas deve concluir análise de dano para que se determine a eventual aplicação de medidas”, diz a nota.

Em 2019, os EUA compraram US$ 104 milhões de chapas de alumínio brasileira­s, 40% do total exportado pelo País. Durante

o governo Donald Trump foram adotadas medidas contra o alumínio e o aço brasileiro, em uma escalada protecioni­sta da administra­ção americana. Com a eleição de Joe Biden, há expectativ­a nos dois setores de reversão dessas medidas e de um menor protecioni­smo pelo país norte-americano.

De acordo com o Itamaraty, a investigaç­ão no setor de alumínio examinou 23 programas governamen­tais brasileiro­s, como o programa de Financiame­nto de Máquinas e Equipament­os do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (Finame), o programa de drawback, que devolve ao exportador tributos sobre a produção vendida ao exterior, e a isenção de Pis/cofins. A conclusão é que os programas não configuram subsídios.

“Os resultados contribuir­ão também para fortalecer ainda mais as relações econômico-comerciais entre Brasil e EUA”, completa a nota.

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) comemorou a decisão do governo norte-americano. “O resultado favorável ao nosso pleito fortalece a relação das empresas brasileira­s do alumínio com um mercado e um parceiro comercial estratégic­o”, disse a associação, em nota.

 ?? JAZZ AT LINCOLN CENTER ??
JAZZ AT LINCOLN CENTER
 ?? PAULO LIEBERT/ESTADÃO-7/10/2011 ?? Comércio. Em 2019, EUA ficaram com 40% do exportado
PAULO LIEBERT/ESTADÃO-7/10/2011 Comércio. Em 2019, EUA ficaram com 40% do exportado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil