Calendário de vacina já inclui grupo de 72 anos
Início da imunização no Estado de São Paulo está previsto para o dia 22; Coronavac se mostra eficaz contra variantes em estudo
A vacinação de idosos de 72 a 74 anos contra a covid-19 no Estado de São Paulo começará em 22 de março, de acordo com anúncio feito pelo governador João Doria (PSDB) ontem. Para evitar longas filas de espera como as registradas em outros momentos da campanha, especialmente nas unidades drive-thru, o governo pediu para que a população evite ir aos postos de imunização na manhã do primeiro dia.
A nova faixa etária é estimada em 730 mil pessoas, o que deve totalizar mais de 4 milhões de vacinados, número que inclui profissionais de saúde, quilombolas, indígenas e outros grupos prioritários. Antes, na próxima segunda-feira, será a vez da ampliação da campanha para idosos de 75 e 76 anos.
O anúncio ocorre em um momento em que o Estado enfrenta um aumento de casos, óbitos e internações pelo coronavírus, chegando a registrar fila por vaga de internação. Somente em março, ao menos 26 pessoas morreram por covid-19 enquanto aguardavam transferência para um leito (Mais informações na pág. A18).
Coronavac e P.1. Ainda ontem, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que um estudo preliminar feito pela instituição em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) apontou que a vacina Coronavac, parceria com uma farmacêutica chinesa, é eficiente na prevenção das variantes primeiramente identificadas no Brasil do novo coronavírus, chamadas P.2 e P.1, a segunda com origem em Manaus. Ambas, especialmente a segunda, são associadas a aumento na transmissão e na gravidade dos casos.
“Nós já sabíamos que os anticorpos produzidos pela vacina do Butantan tinham eficiência contras as variantes do Reino Unido e da África do Sul”, comentou ele. “Portanto, estamos diante de uma vacina que é efetiva em proteção contra essas variantes que estão circulando neste momento.” Outros detalhes do estudo, que recolheu amostras de 35 pessoas, não foram divulgados pelo Butantan.
Variante britânica. Outro estudo publicado ontem, no periódico científico British Medical Journal, indica que uma variante altamente infecciosa do novo coronavírus, que se espalha pelo mundo desde que foi descoberta no Reino Unido no fim do ano passado, é entre 30% e 100% mais fatal do que linhagens anteriores, disseram os pesquisadores. Mas também estaria dentro da imunização das principais vacinas existentes hoje no mundo
“Estamos diante de uma vacina que é efetiva em proteção contra essas variantes que estão circulando no momento.” Dimas Covas DIRETOR DO BUTANTAN