O Estado de S. Paulo

BC estende regra que libera mais recursos para crédito

Foi prorrogada até novembro a alíquota de 17% sobre compulsóri­o dos bancos; medida pode pôr R$ 40 bi na economia

- Eduardo Rodrigues /

Com o agravament­o da pandemia de covid-19 levando o Brasil a um pico de contágio e óbitos nas últimas semanas, o Banco Central decidiu prorrogar a vigência de uma regra que permite que os bancos emprestem volume maior aos clientes em momento de recrudesci­mento da crise econômica no País.

O BC resolveu manter a alíquota temporária de 17% sobre recursos a prazo de compulsóri­o até novembro deste ano.

O compulsóri­o é formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos pelos correntist­as. Esses recursos são mantidos no Banco Central e os bancos não podem utilizá-los para fazer empréstimo­s, por exemplo. Esse mecanismo visa à estabilida­de financeira e ajuda no combate à inflação.

De acordo com o BC, se o compulsóri­o sobre recursos a prazo voltasse a 20% em abril – como estava previsto – o recolhimen­to adicional seria de R$ 40 bilhões. Ou seja, esse é o volume a mais que vai estar disponível aos bancos.

“A atual decisão pela continuida­de da vigência da alíquota temporária levou em conta a persistênc­ia conjuntura­l nas restrições de liquidez para a captação bancária que, neste momento, recomendam a manutenção dos atuais níveis de liquidez no Sistema Financeiro Nacional. Dessa forma, espera-se que o mercado de crédito possa seguir seu normal funcioname­nto, sem restrições adicionais”, destacou o BC, em nota.

De acordo com o BC, o estoque atual deste compulsóri­o é de cerca de R$ 205 bilhões.

Em 23 de março de 2020, quando o novo coronavíru­s chegou ao Brasil, o BC reduziu a alíquota do compulsóri­o sobre recursos a prazo de 25% para 17%, liberando cerca de R$ 68 bilhões para o crédito

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