BC estende regra que libera mais recursos para crédito
Foi prorrogada até novembro a alíquota de 17% sobre compulsório dos bancos; medida pode pôr R$ 40 bi na economia
Com o agravamento da pandemia de covid-19 levando o Brasil a um pico de contágio e óbitos nas últimas semanas, o Banco Central decidiu prorrogar a vigência de uma regra que permite que os bancos emprestem volume maior aos clientes em momento de recrudescimento da crise econômica no País.
O BC resolveu manter a alíquota temporária de 17% sobre recursos a prazo de compulsório até novembro deste ano.
O compulsório é formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos pelos correntistas. Esses recursos são mantidos no Banco Central e os bancos não podem utilizá-los para fazer empréstimos, por exemplo. Esse mecanismo visa à estabilidade financeira e ajuda no combate à inflação.
De acordo com o BC, se o compulsório sobre recursos a prazo voltasse a 20% em abril – como estava previsto – o recolhimento adicional seria de R$ 40 bilhões. Ou seja, esse é o volume a mais que vai estar disponível aos bancos.
“A atual decisão pela continuidade da vigência da alíquota temporária levou em conta a persistência conjuntural nas restrições de liquidez para a captação bancária que, neste momento, recomendam a manutenção dos atuais níveis de liquidez no Sistema Financeiro Nacional. Dessa forma, espera-se que o mercado de crédito possa seguir seu normal funcionamento, sem restrições adicionais”, destacou o BC, em nota.
De acordo com o BC, o estoque atual deste compulsório é de cerca de R$ 205 bilhões.
Em 23 de março de 2020, quando o novo coronavírus chegou ao Brasil, o BC reduziu a alíquota do compulsório sobre recursos a prazo de 25% para 17%, liberando cerca de R$ 68 bilhões para o crédito